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SP: A Polícia nazista do Estado em ação

Atualizado: 19 de abr.

Causou estardalhaço o vídeo, divulgado originalmente pela agência Ponte jornalismo, de policiais do 9° Batalhão de Ações Especiais da Polícia de São Paulo fazendo juramento à corporação em frente a uma cruz incendiada e com braços em riste, numa emulação tanto da Ku Klux Klan norte-americana quanto do nazismo alemão. É claro que o gesto em si é abjeto e bastante revelador do momento em que vivemos – a saudação nazista foi emulada mundialmente por Elon Musk há pouco tempo –, mas o que é mais grave é que não se trata de uma encenação meramente simbólica, mas revestida de amplas consequências práticas.



Com efeito, a Polícia Militar do Estado de São Paulo, sendo essencialmente a mesma sob qualquer governo, desde a “nova direção” de Tarcísio tem agregado à repressão histórica usual um nível de sadismo contra o povo que faz inveja à PM do Rio ou da Bahia, sadismo este incrementado por um discurso ideológico de bases claramente fascistas. A ideia do inimigo interno, alimentada pela Doutrina de Segurança Nacional ainda hoje predominante nas Forças Armadas, foi a escola onde tanto Bolsonaro quanto Tarcísio aprenderam seu ofício de capitães do mato e é afinal de contas ainda hoje o Exército, através da Inspetoria Geral das Polícias Militares, quem equipa, treina e doutrina as polícias estaduais, suas forças auxiliares. Agressões, chacinas, pessoas jogadas do alto de pontes ou assassinadas à queima roupa, são essas as práticas sociais efetivas cujo correspondente ideológico só pode ser mesmo uma suástica.


Chama atenção que os analistas burgueses, copiados por certa imprensa pseudo-popular que tenta torcer a realidade para que caiba nos seus esquemas pré-concebidos, um por um desmentidos pela vida,  queiram ver em Tarcísio (eventual e ainda meramente hipotético candidato às eleições presidenciais de 2026) uma espécie de “direita moderada”. Bom, se Tarcísio é moderado, inclusive, com sua atual fixação em Javier Milei – cujo programa econômico aplicado à Argentina é ainda mais radical que o que Bolsonaro levou a cabo, inclusive por força tanto da pandemia de Covid-19 quanto da tentativa desesperada de comprar a reeleição –, quem poderia ser considerado “radical”? Na verdade, ainda que inelegível, Bolsonaro detém a hegemonia no seu campo (que apresenta fissuras, é certo, mas insuficientes para abalar a sua liderança no conjunto) e qualquer um que ele escolha – e o cenário mais provável hoje é que isso se faça dentro do próprio clã – será candidato pela extrema-direita, ainda que fale manso. Tom de voz pode ser método para avaliar cantores, políticos só podem ser julgados pelos seus atos.


Combater o fascismo nas ruas, seja quem seja o seu representante, use ou não fardas, essa é a nossa tarefa.  

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