'Breque dos apps' força IFood a subir remuneração, ainda abaixo do reivindicado
- Gabriel Campos
- 29 de abr.
- 2 min de leitura
Após entregadores de aplicativos realizarem paralisações, em grandes manifestações com milhares de entregadores, como em São Paulo e Rio de Janeiro, hoje (29) o IFood anunciou um reajuste no valor pago aos motoristas e nas indenizações pagas pela empresa, que passa a valer a partir do dia 1 de junho.

As conquistas foram: aumento na taxa mínima paga nas entregas de moto e carro: de R$ 6,50 para R$ 7,50; aumento na taxa mínima paga nas entregas de moto e carro: de R$ 6,50 para R$ 7; aumento da cobertura da Diária de Incapacidade Temporária (DIT): de 7 para 30 dias; elevação da indenização por morte ou invalidez: de R$ 100 mil para R$ 120 mil; aumento do sinistro (valor pago em caso de acidente) para R$ 1500.
Apesar dessas mudanças, os valores ainda estão abaixo daqueles que os trabalhadores exigiam. O 'breque dos apps' demandava: o aumento da taxa mínima por corrida para R$ 10; aumento na remuneração por km rodado (a partir de 4 Km) de R$ 1,50 para R$ 2,50; limite de atuação de bicicleta para entregas no raio de até 3 km (atualmente são 4 Km); pagamento integral de pedidos em entregas agrupadas numa mesma rota.
Em declaração ao Uol, Junior Freitas, uma das lideranças dos entregadores em São Paulo, denunciou a atitude da empresa e afirmou que estão sendo organizadas as próximas lutas:
Infelizmente, eles não abrem margem de negociação. Estamos nos organizando para possivelmente daqui a dois meses puxar uma nova onda de protestos. Isso de só definirem o preço sozinhos e bater o martelo é ruim para a categoria.
O IFood anunciou que os ajustes não vão ser repassados para os clientes, deixando claro que o “perigo” na mobilização dos trabalhadores existe apenas para os lucros da empresa e de seus acionistas - lucro que é produto da exploração da força de trabalho dos entregadores; a mesma empresa que tenta passar a imagem de que seus empregados são “empreendedores” e “autônomos” para evitar qualquer vínculo trabalhista e aumentar o máximo possível suas taxas de lucro, deixando os custos verdadeiros da operação (gastos diários dos entregadores enquanto trabalham) para os próprios trabalhadores.