RJ: Protesto por justiça para Herus toma as ruas do Santo Amaro
- Núcleo do Rio de Janeiro
- há 5 dias
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Hoje (08), aconteceu no Morro Santo Amaro, no Rio de Janeiro, um ato de justiça por Herus Guimarães, que foi assassinado por uma operação terrorista do BOPE que aconteceu no meio de uma festa junina na comunidade.
A manifestação contou com centenas de pessoas, que inicialmente ficaram concentradas na rua Pedro Américo, onde foram realizadas diversas falas em solidariedade à família de Herus e também denunciando o assassinato cometido pelo BOPE e pedindo justiça por Herus. Estavam presentes em solidariedade diversas mães e pais, dos mais variados locais do estado do rio, que tiveram seus filhos assassinados pela polícia fascista do Rio de Janeiro.
Durante a concentração do ato, policiais à paisana que estavam dentro de um carro cinza tentaram forçar a passagem pelo meio da manifestação, chegando a avançar o carro para cima dos manifestantes, e deram três tiros para cima, para assustar e tentar dispersar as pessoas. Logo em seguida, alguns desses fascistas se meteram no meio da manifestação portando armas nas mãos, mas as pessoas não se intimidaram e foram para cima do carro e também expulsaram os porcos do local da manifestação aos gritos de “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar.”.
Após um tempo a manifestação saiu tomando as ruas do Catete, passando pela feira da Glória e retornando ao morro. Durante todo o ato, a Policia manteve presença ostensiva. Seguiram o ato várias viaturas da Polícia Militar indo atrás dos manifestantes, foram aos menos cinco seguindo o ato e aproximadamente 10 policiais do lado de fora das viaturas, muitos dos quais estavam com os fuzis em mãos para intimidar os manifestantes. Entretanto, os manifestantes seguiram firmemente sem se intimidar por estes cães assassinos do estado.
Durante o ato se ouviram diversas palavras de ordem contra as políticas genocidas promovidas pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, contra a Polícia Militar e pedindo pelo seu fim, em denúncia ao assassinato e principalmente pedindo justiça por Herus.
Alguns manifestantes falaram sobre o assassinato de Herus com a equipe da Revista Revolução Cultural presente no ato: “O policial vira pra mim e fala: não tem como, a viatura ai seguir e o outro grande disse: Se quiser bota ele no ombro e leva” – falando sobre o Herus, que havia tomado um tiro e ainda estava vivo no momento. “Porque eles acham que todo favelado é bandido” disse Elias Santos, que estava presente na festa junina e presenciou a ação dos policiais. “Todos os policiais subiram encapuzados, sem restrição, sem nome na farda, sem identificação nenhuma, isso pra mim é terrorismo, eles foram exatamente pra fazer terrorismo, pra fazer essa execução.”

Outros moradores do Santo Amaro também falaram com a equipe da Revolução Cultural, Monica Cunha afirmou: “Pra poder relatar, tinha cerca de quase 2 mil pessoas e 70% da população era criança, jovem ou idoso. É um evento cultural que acontece há mais de décadas na comunidade Santo Amaro e que vem outras comunidades se apresentar, gente de outro estado se apresenta. Que tristemente tem os filhos todos os dias ceifados e assassinados por esse estado genocida e pelos governos com políticas de morte”, “O objetivo é tirar, o objetivo é matar, o objetivo é sumir, porque eles desaparecem. O objetivo é exterminar a população negra desse estado, dessa cidade.”
Já Marcia, conseguiu sintetizar bem o sentimento geral dos manifestantes: “As pessoas se divertindo e eles chegam atirando […] Nada justifica isso.”