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RJ: Camelôs tomam as ruas contra decreto anti-povo de Paes

Atualizado: 28 de mai.



Na manhã desta segunda-feira (26) a Avenida Atlântica no Rio de Janeiro, uma das áreas mais elitizadas do Brasil, foi tomada por centenas de camelôs revoltados. Gritando ‘’Acabou o caô, somos trabalhador’’, marcharam no meio da rua, de Copacabana ao Leblon, sem se intimidar pela ostensiva presença da Polícia Militar do Rio que estava cercando-os. Gritando e afirmando em alto e bom som que não iam ter seu ganha pão tirado pela prefeitura, chamaram atenção de toda a cidade para o decreto que visa acabar com os camelôs das praias do rio.


Video: Revista Revolução Cultural

‘‘Esse decreto é meu", afirmou Eduardo Paes ao falar sobre o novo decreto. O decreto anti-povo restringe além do comércio ambulante na praia, diversas outras atividades na praia como música ao vivo nos quiosques, bandeiras de qualquer tipo, animais de estimação na areia, escolinhas de esportes, dentre outros pontos. Além de não propor nenhuma alternativa para os trabalhadores que tiram seu sustento do trabalho na praia, também não dá nenhum indício do que o prefeito quer colocar no lugar dos ambulantes. ‘’É um absurdo, o prefeito quer pagar de bom gestor, se valendo dos trabalhador, dos mais vulneráveis’’, disse Alexandre, que vende balas na Praia de Ipanema e estava participando do protesto. Assim como Alexandre, outros camelôs ouvidos pela equipe da RC estavam indignados com a situação do decreto: ‘’O motivo deles é privatizar a praia, eles querem é dinheiro. Privatizar a praia para ficar entre eles mesmo’’ disse Rafael, que trabalha vendendo Brownie.

O protesto da última segunda demarcou que esse projeto de privatização e higienização da praia não passará sem revolta. Em uma das falas durante o ato, o camelô conhecido como ‘’Xuxa do Mate’’, afirmou que a luta dos camelôs na praia é histórica e que essa não é a primeira tentativa de acabar com os ambulantes da praia, e que mais uma vez é a luta que garantirá a permanência de todos nas praias:



Video: Revista Revolução Cultural

Durante o ato foram deslocadas 10 viaturas da Polícia Militar, duas motos, quadriciclos, cavalaria e em determinado momento, foi chamado o batalhão de choque. O que é curioso, é o fato dos camelôs denunciarem que a PM nada faz com os assaltos que acontecem na praia e que eles que na realidade são os próprios camelos que coíbem muito destes. ‘’Esses caras nunca estão aqui, nunca pisam na areia, é nós que pega os rato!’’ disse um ambulante. Mesmo o protesto tendo sido pacífico durante todo o percurso, um dos policiais do batalhão de choque ameaçou dar um tiro em uma mulher que estava no ato, algo que foi firmemente rechaçado pelos manifestantes que partiram para cima do PM e o constrangeram.


Momento em que o PM ameaça atirar na manifestante. Video: Revolução Cultural

A equipe da RC que cobriu todo o ato, também escutou diversos insultos racistas durante todo o ato vindo dos PMs em direção aos manifestantes, que não baixaram a cabeça em nenhum momento e com muita altivez, se mantiveram firmes em todo o percurso. Em desses momentos de insultos, o queijeiro Adriano gritou: ‘’Vamos continuar colocando vocês pra trabalhar, vamos trazer o caos pra vocês, até esse decreto cair’’.


Foto: Revolução Cultural
Foto: Revolução Cultural


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