''Sou guerrilheira, luto por liberdade'' - Lucia Maria, uma revolucionária

Lucia Maria. Montagem feita pelo Núcleo de São Gonçalo

Eu sou guerrilheira, luto por liberdade

Foi assim que, momentos antes de seu assassinato, Lucia Maria de Souza respondeu ao rato da ditadura militar que perguntava seu nome. A jovem proletária, estudante de medicina, que saiu de São Gonçalo-RJ aos 24 anos para lutar pela Revolução Brasileira e contra a ditadura militar na Guerrilha do Araguaia, nasceu em 22 de junho de 1944, e seu natalício é uma boa oportunidade para lembrarmos de sua memória.

Sônia (nome de guerra de Lúcia na guerrilha) teve origem pobre, e desde os 14 anos precisou trabalhar como operária em uma fábrica da Coca-Cola, que ficava próxima a sua casa no bairro Barro Vermelho. Foi assim que conseguiu pagar seus estudos, ingressando na antiga Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro em 1969, atual instituto de medicina da Unirio. Logo que entrou na faculdade, já passou a integrar o comitê estudantil do PCdoB, sendo responsável pela distribuição do jornal político ‘’Classe Operária’’ e logo em seguida, passou a ser a principal responsável pelo jornal do partido, chamado ‘’A Luta’’. Foi em 1971 que foi viver e lutar no Araguaia, na localidade de Brejo Grande (PA) e firmou raízes muito sólidas entre as massas locais.

Além de participar dos combates, Lúcia Maria atendia as massas com consultas gratuitas e foi uma das últimas guerrilheiras a cair, uma das melhores guerrilheiras em combate de toda a guerrilha, segundo o diário de Ângelo Arroyo, e sua morte foi uma dura perda para o movimento revolucionário do país e principalmente para as massas, que observaram seu assassinato impactadas, com tanta fibra revolucionária. Ao ser pega em uma emboscada, próximo a um vilarejo, se pôs de cabeça erguida ante as bestas da reação, e ao ser questionada sobre qual seria seu nome, deu a resposta que está logo no início do texto. E de cabeça erguida permaneceu até o final.

Lúcia Maria foi uma verdadeira revolucionária comunista, porque além de estar toda a sua vida enraizada entre as massas e ter servido ao povo todo esse tempo, levou a cabo tudo que foi preciso em nome da revolução, contribuindo até mesmo com seu sangue para o avanço do processo revolucionário no Brasil. Levou em alta conta os ensinamentos de Lenin, ‘’Palavras obrigam a atos’’ e com grande abnegação, expressou em alta conta o espírito de uma juventude revolucionária que sonha com uma nova alvorada. Ainda hoje é necessário resgatar tal espírito, pois não vencemos, os mesmos problemas e tantos novos outros continuam por aí. Os latifundiários e capitalistas ainda ditam tudo neste país. Precisamos seguir o exemplo desta jovem de São Gonçalo, que se tornou heroína do povo brasileiro e dos outros 66 bravos guerrilheiros que em um momento muito mais complexo que o atual, se levantaram e aceitaram tudo que foi preciso pela Revolução Brasileira. Nunca serão esquecidos!

LÚCIA MARIA, ATÉ SEMPRE NA LUTA REVOLUCIONÁRIA!