Camarada Basavaraj, até sempre na luta revolucionária!
- Redação
- 21 de mai.
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A se confirmarem as informações vindas de diferentes fontes indianas, nesta terça-feira 21 de maio os povos oprimidos deste país e o movimento comunista internacional sofreram uma pesada perda: o assassinato do Camarada Basavaraj (Nambala Keshava Rao, também conhecido como Gaganna), Secretário-Geral do Partido Comunista da Índia (Maoista), juntamente com vinte e seis outros militantes e combatentes do partido e do EGPL. Seu martírio resultou de uma megaoperação promovida pela Guarda de Reserva Distrital (GRD) de quatro distritos— Narayanpur, Dantewada, Bijapur e Kondagaon —, que se concentraram na região de Abujhmad. Segundo declarou Vijay Kumar, ex-assessor especial de segurança do Ministério do Interior ao jornal “The Hindu”, a morte de Basavaraj foi uma “grande conquista” das forças repressivas, que têm sido cada vez mais denunciadas e desmoralizadas pelas atrocidades cometidas contra as populações nas áreas de base da guerra popular, bem como da tortura e assassinato sistemáticos de guerrilheiros em falsos encontros.
Segundo perfil publicado no blog Chunqiao Publications (@ChunqiaoPub), o Camarada Basavaraj nasceu em 10 de julho de 1955, em Srikakulam, Andhra Pradesh. Ele era Bacharel em Engenharia pela Faculdade Regional de Engenharia (REC) em Warangal, atual estado de Telangana. O Camarada Basavaraj aderiu ativamente ao movimento revolucionário na década de 1970 e foi preso em 1980 devido a um conflito com a organização estudantil de direita Akhil Bharatiya Vidyarthi Parishad (ABVP). Após sua libertação, juntou-se ao Grupo de Guerra Popular do Partido Comunista da Índia (Marxista-Leninista) e participou formalmente da luta armada revolucionária.
Em 2004, após a formação do Partido Comunista da Índia (Maoista), o Camarada Basavaraj atuou como Secretário da Comissão Militar Central do partido. Em 2018, após a renúncia do primeiro Secretário-Geral do partido, Camarada Ganapathy (agora com 73 anos), por motivos de saúde, o Camarada Basavaraj tornou-se o segundo Secretário-Geral do PCI (Maoista).
Segundo diversas fontes, o Camarada possuía excepcional capacidade conspirativa e militar, era especializado em explosivos e liderou pessoalmente diversas operações heroicas da guerra popular, como emboscadas, ataques a postos policiais e libertação de prisioneiros, com pesadas perdas para as forças reacionárias. Até o dia do seu assassinato, quando seu corpo, vestido em uniforme de campanha, foi exposto de forma vil pelas tropas reacionárias, a polícia não possuía nem uma única foto sua, exceto uma em preto e branco dos tempos de faculdade. Sua vida esteve até o fim entrelaçada com os interesses do partido e das massas populares, com quem dividiu as agruras e sacrifícios. Como se vê pela mera descrição da sua trajetória, Basavaraj não era um impostor, mas um autêntico dirigente, provado ao longo de toda a vida na clandestinidade e nas situações mais difíceis. A ênfase dos analistas reacionários sobre a “propensão à violência” por parte de Basavaraj nada mais é do que a admissão, pela sua lente deturpada, do temor que ele lhe inspirava e do compromisso férreo deste grande comunista com a causa revolucionária.
Ao tempo em que lamentamos este golpe, reafirmamos nossa certeza de que os operários, camponeses e intelectuais progressistas, mas sobretudo os povos originários nas áreas de floresta, a fonte vital da Revolução de Nova Democracia da Índia, seguirão alimentando as fileiras naxalitas com filhos dedicados e capazes como Basavaraj. Afastados de qualquer visão personalista, os camaradas indianos têm sempre enfatizado o protagonismo das massas populares e do Partido Comunista, como uma força coletiva, razão pela qual a queda de um dirigente, ainda que destacado, e sem dúvida capaz de atrasar a luta revolucionária – é sem dúvida altamente preocupante a queda sistemática de dirigentes provados, temperados ao longo de décadas – não é suficiente para afogar o processo em curso. Aos internacionalistas, cabe intensificar por todos os meios a denúncia da Operação Kagaar e do governo genocida de Modi, defender a Revolução de Nova Democracia na Índia e o glorioso Partido Comunista da Índia (Maoista), partido de mil batalhas, âncora estratégica da Revolução Socialista Mundial, e por isso mesmo alvo implacável da reação.
