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Não adianta esconder: crimes de estupro e feminicídio crescem e Estado não protege


Veio à tona no último sábado (31) que todas as deputadas estaduais de São Paulo receberam ameaças de estupro e morte através de seus emails - elas faziam parte de diferentes correntes políticas. No sábado anterior (24), a namorada do policial militar Valdelício Pereira de Oliveira foi morta por ele com um tiro na cabeça em casa na zona norte da cidade. No último dia 19, também em São Paulo, um homem chamado Carlos Ribeiro matou a ex-esposa enquanto ela voltava de uma festa e jogou o corpo dela no Rio Tietê. Foi encontrada recentemente, na zona sul da cidade, uma mulher em cárcere privado e machucada há pelo menos três meses. A influenciadora digital Izabelly Vidal denunciou recentemente em suas redes uma tentativa de estupro. E são relativamente recentes casos de maior repercussão, como o assassinato de uma adolescente de 15 anos no Pará pelo padrasto, da estudante da USP Leste voltando para casa da aula e da adolescente estuprada e degolada em Cajamar, cidade próxima à capital paulista.


Estes são alguns dos casos recentes de agressão e assassinato de mulheres que chegaram a ser noticiadas pelos grandes monopólios de mídia, seja pela grande repercussão própria da cidade grande, seja pelo barulho que famílias revoltadas conseguiram fazer. Mas certamente os casos recentes não se encerram aí e são muito mais do que se divulga. E eles têm crescido.


Dados do próprio governo do estado, especificamente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, de fechamento do primeiro trimestre, apontam para um aumento de 28% nos casos de estupro no estado, em comparação com o não tão distante início do ano passado.


Acontece que esse aumento vertiginoso não tem sido combatido por aqueles que divulgam esses dados (novamente: com toda certeza superficiais). As ditas medidas protetivas, que mais expõem em si só as vítimas do que impede os agressores de voltar a encontrá-las, se somam ao fato, por exemplo, do recente vazamento do nome e endereço de 120 mulheres e crianças vítimas de estupro e violência doméstica por 19 tribunais de justiça diferentes - dados que estavam no Banco Nacional de Mandados de Prisão, e que deveriam estar entre os dados mais protegidos, se de fato fosse esse o interesse desse carcomido Estado.


Como se vê, forçado a admitir ainda que superficialmente a realidade nua e crua, o Estado acaba por atestar sua própria incompetência de defender as mulheres do povo e, para piorar, constantemente ainda contribui para o aumento da vulnerabilidade destas. De resto é pura demagogia diária.

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