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RJ: Operações e assassinatos se multiplicam. Afinal, quem são mesmo os terroristas?

Atualizado: há 14 horas

Foto: LeMonde Diplomatique Brasil
Foto: LeMonde Diplomatique Brasil

Nas últimas duas semanas foi notório o aumento exponencial da quantidade de operações militares realizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Foram dezenas de tiroteios diários em incursões da Polícia Militar na capital, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Niterói e Itaboraí, que mataram pelo menos 5 trabalhadores e fecharam centenas de escolas e postos de saúde. Diversos protestos aconteceram na Baixada Fluminense e, como noticiado pela Revista Revolução Cultural, no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo.


Vídeo: Núcleo da RRC em São Gonçalo-RJ

Essas operações acontecem justamente no momento em que há no congresso um projeto de lei, que foi proposto pelo mesmo partido do governador Cláudio Castro, que busca classificar o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações terroristas. Para além de qualquer análise sobre a veracidade de tal afirmação, essa proposta, se aprovada, abre precedente para justificar uma possível intervenção imperialista pelos Estados Unidos no país com a justificativa de ‘’combate ao terrorismo’’. 


Além disso, é um tanto quanto difícil comparar o CV e o PCC, pois ambos possuem origens, modus operandi, atividades bastante distintas e não possuem lá tantas semelhanças assim. Podemos observar, por exemplo, o tratamento sensacionalista da grande mídia sobre as operações das últimas semanas no Rio de Janeiro, a qual prega quase que todo o tempo que todo favelado é bandido e merece ser exterminado, citando a todo momento o Comando Vermelho e relacionando tudo a ele. Já sobre o caso recente de assassinato do ex-delegado geral da Polícia Civil de São Paulo, que estava "jurado de morte" pelo PCC, e a possível ligação do grupo com o escândalo das bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, a grande mídia nem ao menos cita o nome da organização. 


A intensificação das operações visa criar uma opinião pública geral de insegurança coletiva, para justificar as atitudes que o Estado vem querendo tomar, como este projeto de lei (PL) em escala federal e a "gratificação faroeste" aprovada na Alerj, que dará "prêmios" de 10% a 150% do salário para agentes policias que mais "neutralizarem criminosos’’ (leia-se pretos e pobres) em tais ações, oficiada pelo Ministério Público Federal (MPF) como inconstitucional. Como se já não bastassem os assassinatos, saques e torturas promovidas pelos carniceiros que agora desejam ganhar bonificações por massacrar o povo.


De todo modo, a cada dia que passa o povo tem se rebelado cada vez mais contra essas operações e, como foi o caso no Complexo do Salgueiro, até mesmo as barrando de acontecer. Só a mobilização popular ativa pode interromper o massacre do povo nas favelas de todo o país. 

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