Plano Trump para Gaza: a maior mentira da história
- Redação
- há 6 dias
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Na última segunda-feira (29), Donald Trump, de forma canalha e bandida, propôs um ‘’plano’’ para o fim do conflito em Gaza. Esse tal plano, que propõe basicamente a capitulação completa do Hamas e diversas outras questões, pode ser classificado como um cuspe na cara de todos os palestinos. Pois fala abertamente que a reconstrução de Gaza seria feita a partir de empréstimos, forçando os palestinos, assim como outrora os iraquianos, a pagarem a conta do genocídio de seu próprio povo. O bloqueio marítimo e aéreo de Gaza persistiria sob a nova ordem, assim como a sua separação da Cisjordânia. Ao mesmo tempo, as forças da resistência palestina, notadamente o Hamas, teriam que entregar suas armas e quaisquer meios de defesa e abrigo (como os túneis), ou seja, capitular.
Os ianques inclusive já pensam até em quem irá comandar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. O nome proposto é de Tony Blair, ex Primeiro Ministro inglês que foi um dos arquitetos da invasão sanguinária do Iraque em 2003, quando esteve no poder na Inglaterra, junto dos EUA, que resultou em milhões de mortes de civis iraquianos e diversos crimes de guerra. Tony Blair iria presidir um conselho, onde somente um dos 7 integrantes seria palestino e que decidiria os rumos da região de Gaza. Uma proposta absolutamente tacanha.
Não é uma proposta de paz ou um acordo, como os governos “democráticos” – incluindo o Itamaraty, que agora se esforça por chegar a um acordo com Trump –dizem de modo descarado, mas um ultimato à desmobilização da luta de libertação nacional e uma tentativa de impor via chantagem o que o exército agressor sionista não obteve em dois anos de guerra. Ao propor condições inaceitáveis à frente de resistência, sobretudo o Hamas, o governo Trump, mancomunado com o inimigo da humanidade, Netanyahu, busca na verdade criar uma justificativa política para o prosseguimento do genocídio.
Para além do escárnio e absurdo da proposta ianque, tal ultimato ocorre em um momento que a opinião pública global tem questionando e denunciando abertamente a entidade terrorista de Israel, com protestos massivos que arrastaram quase 400 mil pessoas na Alemanha e em diversas outras cidades da Europa e Ásia, além do reconhecimento de um Estado Palestino por diversos países da União Europeia. Um marco foram os protestos e a greve na Itália, no final de setembro, seguidos pelas mobilizações em torno da Flotilha da Liberdade, novamente interceptada pela entidade sionista de modo ilegal em águas internacionais. Tudo isto deixa claro que, apesar da demagogia ou das ações cosméticas de diferentes governos (do que, realmente, se destaca o vexame do discurso de Netanyahu para uma Assembleia de cadeiras vazias na ONU), os únicos sinceros amigos do povo palestino são os demais povos oprimidos e trabalhadores do mundo. A respeito, é particularmente ignominiosa a traição à causa palestina perpetrada pelas petro-monarquias do Golfo Pérsico e pela abjeta Autoridade Nacional Palestina de Abbas. São atitudes ainda mais vergonhosas pelo contraste com a resiliência e heroísmo dos habitantes de Gaza.
Se o Hamas for obrigado a se curvar a tal acordo, isto seria uma perda do campo popular de dimensões mundiais. Mesmo assim, isto apenas adiaria novos levantamentos e novas guerras de túneis, pois é certo que sob os escombros de Gaza cresce uma nova geração não só mais abnegada de combatentes anticolonialistas, mas também capaz de tirar todas as lições desde o Dilúvio de Al-aqsa de 7 de outubro de 2023. Aos povos do mundo, aos amantes da liberdade e a todas as pessoas honradas, esta situação obriga a elevar ainda mais as nossas vozes e as nossas ações em defesa da Palestina livre e soberana, do rio ao mar!