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RJ: Moradores do Salgueiro se revoltam e tacam fogo na BR: "Chega de mortes!"

Atualizado: 24 de set.

Foto: Jornal O Dia
Foto: Jornal O Dia

Moradores do Complexo do Salgueiro em São Gonçalo nesta sexta-feira (19) atearam fogo em pneus e bloquearam a BR-101 na altura do bairro Luiz Caçador em resposta ao assassinato de um morador pela polícia militar na quarta-feira (17). A operação que resultou neste assassinato, começou por volta de 18h, durante a volta pra casa dos trabalhadores e de saída da escola. Os policiais entraram à paisana e abriram fogo no meio da rua, próximo a um posto de saúde com diversos moradores circulando na rua. Além do senhor assassinado, que a família não quer que seja divulgado o nome, houveram mais três moradores baleados. A operação, que não teve seu objetivo divulgado pela polícia, continuou noite adentro e causou tiroteios ininterruptos durante toda a madrugada e no dia seguinte, o que dificultou a saída para o trabalho e fechou escolas e postos de saúde da região. 


Pneus pegando fogo em baixo da Passarela do Luiz Caçador

Revoltados por mais esse assassinato e por mais uma vez estarem em uma situação de cerceamento, sem poder sair de casa ou se sentirem seguros, os moradores se revoltaram e fizeram uma manifestação massiva com a presença de quase 300 pessoas, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal. Fecharam a BR-101 em seus dois sentidos por mais de 3 horas durante o horário de pico, mesmo com a PRF atirando balas de borracha e jogando bombas de efeito moral não arredaram o pé em nenhum momento. A manifestação somente se dispersou, quando os carniceiros da Polícia Militar foram chamados e começaram a atirar com balas de verdade para o alto e iniciaram uma operação com caveirões dentro da favela. 


Momento em que a PRF tentou dispersar os manifestantes com balas de borracha

Em uma demonstração de combatividade incrível, os moradores retornaram para as entradas da favela e atearam fogo em caixotes, e outros materiais na frente do caveirão, que ao se deparar com o povo revoltado, foi forçado a recuar. Também foram atravessados ônibus na pista e desta forma a operação da PM foi barrada temporariamente. Após ver que não ia ser tão fácil assim dispersar os manifestantes, foi chamado reforços do BOPE que dispersaram as manifestações e ficaram durante toda a madrugada no interior da favela.


Momento em que o Caveirao recua após manifestantes tacarem fogo em madeiras, lixo e pneus no Rodo de Itaúna, uma das entradas da comunidade. Atrás do fogo, os manifestantes conseguiram se retirar
Momento em que são colocadas as barricadas
Em uma outra entrada, policial do BOPE apontou e atirou com fuzil em manifestantes que fecharam um dos acessos a BR-101 no viaduto da Av. Central.

Até quando aceitaremos abutres como Tino Jr. tendo tanta voz?


Em meio a todas essas situações, chama atenção a capacidade dos monopólios de mídia em surfar em cima da desgraça do nosso povo e vender sua revolta como uma afronta ou algo inaceitável. Tino Jr., âncora do famigerado Balanço Geral RJ e herdeiro do miliciano Wagner Montes, fez questão de taxar os manifestantes como bandidos e de forma completamente nojenta afirmar que o senhor que foi morto seria ligado ao tráfico. Sem nem ao menos saber o nome, bradou em rede de tv aberta acusações sem a menor base para tal, demonstrando como esse escroque não tem nenhum compromisso com a verdade ou com o jornalismo. Até quando crápulas como esse terão voz?


O núcleo de São Gonçalo da Revolução Cultural teve acesso a dezenas de relatos de moradores do Salgueiro que ressaltaram como ele era uma pessoa boa e que era deficiente. A revolta que sua morte gerou também é explicada por conta dessa fama que ele tinha dentro da comunidade, era uma pessoa muito conhecida, disseram fontes ao núcleo. 


Até a redação desta matéria, o BOPE ainda não tinha desocupado a comunidade. 

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