SP: Guarda Municipal rouba e prende ambulantes, que se revoltam

No início da manhã desta terça feira (5), a repressão tomou conta do Brás. Ambulantes, que diariamente montam seus pontos de venda nas calçadas do bairro de maior agitação comercial de São Paulo, vinham buscando a regularização das suas vendas junto à Subprefeitura, que não lhes dava respostas. Questionados por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) às 7h, disseram que concordavam em acertar a autorização com a Subprefeitura e que podia ser chamado um responsável ali no local. Mas a GCM, ao invés de chamá-lo, passou a tacar spray de pimenta e a assaltar os ambulantes (sumindo inclusive com dois celulares). Em determinado momento, já cansados da repressão, as pessoas que ali estavam passaram a revidar, sobretudo com garrafas de vidro.

Além de uma vendedora que passou mal e precisou ser atendida, um ambulante chamado Anthony chegou a ser imobilizado dor diversos guardas com um 'mata leão' e algemado enquanto tinha o corpo pressionado contra o asfalto. Ainda, diversas bombas de gás de efeito moral foram lançadas pelas ruas, afetando a saúde de centenas e interrompendo o importante comércio da região por bom tempo.

A vergonhosa detenção do ambulante não se sustentou sequer na delegacia de polícia, onde guardas alegaram revidar ao "dano ao patrimônio público" cometido pelo jovem ao "deteriorar o escudo de um guarda da GCM". Não só todos os escudos estavam intactos, como ainda uma outra ambulante denunciou às mídias presentes no local que os agentes da GCM gritaram "mira nele porque é carreteiro!", o que escancara todos os fatos: era alvo das armas porque a prefeitura criminaliza o seu trabalho e não regulariza, mesmo com a disposição dos ambulantes em resolver a situação.

Um grande contraste se compararmos com os alegados motivos da "operação": "garantir a segurança dos frequentadores, comerciantes e coibir o comércio irregular". Demagogia da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, visto que nenhuma segurança foi garantida e a única coibição foi dos comerciantes.