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700 dias de genocídio e resistência em Gaza

Mahmoud Issa/Reuters
Mahmoud Issa/Reuters

No dia 5 de setembro de 2025 completaram-se 700 dias ininterruptos de genocídio em Gaza. O que começou em outubro de 2023 como mais uma ofensiva sionista, em decorrência da heroica operação do Dilúvio de al-Aqsa, rapidamente se transformou na mais longa e sistemática campanha de extermínio já imposta sobre o povo palestino desde a Nakba.


Nestes 700 dias, o cerco total imposto pela entidade sionista, com bloqueio de comida, água, combustível, medicamentos e eletricidade, transformou Gaza em um território devastado, um campo de extermínio a céu aberto. O número de mortos reconhecidos ultrapassa 60 mil palestinos, dos quais mais da metade mulheres e crianças. Em meio à fome, bombardeios e massacres sistemáticos praticados pelas IDF (Forças de Ocupação de Israel) e por mercenários financiados pelos mesmos, mais de 75% da população foi deslocada à força e centenas de milhares vivem em tendas improvisadas.


Nestes 700 dias, 82% do território de Gaza foi devastado e universidades, escolas, igrejas, mesquitas, mercados e hospitais foram destruídos. Segundo a OMS, hoje apenas 11 hospitais funcionam parcialmente em Gaza (em 2023 eram 36). Espaços estes que se transformaram em epicentros de massacres, constantemente atingidos por bombardeios que Israel insiste em justificar como “erros técnicos” ou “alvos terroristas”.


Em Rafah, uma das últimas cidades minimamente habitáveis até o início de 2024, os campos de refugiados se tornaram cemitérios. O cemitério do campo de al-Shaboura, por exemplo, foi bombardeado em janeiro de 2025, numa tentativa explícita de apagar não apenas os vivos, mas também a memória dos mártires.


Em meio ao genocídio, as potências imperialistas renovaram sucessivamente o apoio militar e político a Entidade sionista. Os EUA enviaram armamentos de precisão, bombas de 900 kg e sistemas de vigilância por satélite. A União Europeia manteve a narrativa da “autodefesa”, enquanto companhias privadas lucraram com contratos bilionários para reconstrução militar e fornecimento de armas.


Enquanto isso, o sistema da ONU se mostrou paralisado. Resoluções foram vetadas, investigações do Tribunal Penal Internacional foram boicotadas e até a entrega de ajuda humanitária foi bloqueada por pressões diplomáticas. Gaza se tornou o maior símbolo da falência da chamada “comunidade internacional”.


Os relatos de mortos por fome se tornaram cotidianos. Segundo dados da UNICEF, 9 em cada 10 crianças em Gaza apresentam sinais de desnutrição aguda. Famílias vivem comendo grãos crus, folhas, ou farinha misturada com água contaminada. Em 2025, houve meses inteiros em que nenhum caminhão de alimentos e/ou ajuda humanitária entrou em Gaza.


Apesar da devastação, Gaza não se rendeu. A resistência armada continua a operar, capitaneada por grupos como o Hamas, Jihad Islâmica, FPLP e etc... Contando com o apoio de organizações da região, como o Hezbollah no Líbano e o Ansar-Allah no Iêmen, além do governo da República Islâmica do Irã. Jornalistas palestinos, como Anas al-Sharif (assassinado em agosto de 2025), seguem documentando os crimes mesmo sob risco constante de execução, e comunidades inteiras mantêm viva a memória da luta, transmitindo às novas gerações que o cerco não apagará sua identidade.


700 dias depois, a Palestina resiste. Carregando nos ombros os nomes dos mártires, os gritos das crianças, o testemunho dos escombros.


A história registrará esses 700 dias como uma mancha de sangue na consciência mundial, e a pergunta que ecoará será: quem se calou diante de Gaza?


Morte ao sionismo!

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