Campo independente tem vitória expressiva nas eleições do SEPE-RJ
- Redação
- há 14 horas
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Atualizado: há 5 horas

O Campo Classista Combativo e Independente (CCCI) ampliou sua participação no Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE), após campanha exitosa nas eleições do sindicato. Além de manter os núcleos e regionais onde já possuíam cargos, expandiu-se para outras localidades. A Chapa 23, ‘’Ocupa SEPE’’, é formada de professores e profissionais da educação independentes, que colocam o caminho da luta combativa como principal método para se obter vitórias concretas para o SEPE, sem qualquer rabo preso com partidos eleitoreiros ou governos de turno. O CCCI passou a se organizar durante a greve da rede municipal do Rio de 2023, onde cansados de diversas assembleias onde as pautas acabavam sempre sendo cooptadas por um discurso imobilista e pela não mobilização e politização do movimento grevista por parte das organizações institucionalizadas que hoje têm a maioria dos cargos no SEPE, diversos ativistas independentes de diversas esferas políticas combativas resolveram se unificar e criar um campo verdadeiro de oposição.
Nesse movimento, a gente se viu em uma greve da rede municipal do Rio, que o CCCI teve uma boa capacidade de intervenção e podemos ter uma abrangência maior, chegando em professores que não tínhamos contato - disse Marlon, professor da rede estadual de educação do Rio, em entrevista a Revolução Cultural.
O SEPE é dividido em diversas regionais, que possuem uma direção própria, além destas, existe também uma direção estadual, chamada de SEPE Central, que coordena todo o sindicato. A eleição dos cargos é feita com um modelo proporcional: quanto mais votos uma chapa tem, mais cargos ela tem direito. Desde o começo do CCCI, o foco sempre foi na atuação da base e consequentemente nos núcleos regionais, a participação nas eleições regionais era algo já dado, porém existia uma dúvida sobre a participação ou não na eleição também ao SEPE Central. Após muitos debates e lutas importantes em torno da unidade no interior do campo, ficou decidido a participação na eleição estadual, em paralelo a campanha da Chapa 23 para as regionais, o que se provou a decisão mais acertada. A professora Rebeca e membro do CCCI falou um pouco sobre essa importante decisão a Revolução Cultural:
A gente ficou muito em dúvida se disputava a eleição para o SEPE Central, até que nós entendemos que esse movimento de disputar o SEPE Central tenderia a fortalecer a nossa campanha nas regionais que disputamos e atrairia mais pessoas pelo interior do estado do Rio de Janeiro. O SEPE é um sindicato enorme, presente em todo estado e com mais de 70 mil filiados e o nosso campo ainda não tinha uma expressão estadual. Com a campanha para o SEPE Central, conseguimos aproximar companheiros do interior, como de Cachoeiras de Macacu, Angra dos Reis, Maricá, Paraty e dentre outros.
A professora também falou sobre os próximos passos daqui para a frente e o cenário de luta para os próximos anos: ‘’Nós estamos vendo um momento de retirada de direitos muito intenso, intensificação da exploração do trabalho principalmente com a nova lei da minutagem na rede municipal, que já vem virando exemplo para outras redes e só conseguimos responder isso com uma linha firme e combativa, porque tá provado para nós que a linha da conciliação, da corrida de gabinete, de costurar solução pelo alto é uma política fadado ao fracasso.’’ concluiu a professora.
Apesar de não ter conseguido cargos no SEPE Central, o CCCI manteve todas as regionais onde é majoritário e conseguiu novas cadeiras em todas regionais que a chapa 23 disputou: as regionais 1,2,3,4 e em São Gonçalo. Sendo assim a chapa que obteve a maior vitória política em todo esse processo eleitoral. ‘’A chapa 23 virou causa, muito mais que uma chapa, por todos os nossos princípios que defendemos e pela prática, pois sempre lutamos independentemente de cargos’’, exclamou a professora Rebeca.