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Com visita a Big Techs, Haddad anuncia política entreguista para a construção de Data Centers



Haddad com Jensen Huang, CEO da Nvidia, em visita às instalações da Big Tech. Foto: Diogo Zacarias/MF
Haddad com Jensen Huang, CEO da Nvidia, em visita às instalações da Big Tech. Foto: Diogo Zacarias/MF

Em visita a CEOs de Big Techs em Palo Alto, no Vale do Silício, na Califórnia (EUA) Fernando Haddad, Ministro da Economia, anunciou o novo Plano Nacional de Data Centers (Redata). Após mesas-redondas com Amazon/AWS, Microsoft, Google, Nvidia e Meta (no total foram 40 executivos), o ministro do Governo Lula divulgou a jornalistas a intenção de enviar uma Medida Provisória (MP) voltada para a desoneração total de equipamentos usados em centros de dados (Data Centers) e desoneração (também total) nas exportações de serviço desses centros.


Desde que foram lançados os estudos para sua implementação, realizados por uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), pouco se sabe dos detalhes, que foram parcialmente divulgados, com a ausência dos registros das reuniões citadas, em que o projeto foi apresentado, nos EUA, antes mesmos de serem divulgados plenamente no Brasil.


A política parece estar integrada às intenções dessas grandes empresas de tecnologia em expandir suas operações, exportando meios de produção e capital para países da América-Latina, como Brasil e Chile. Parte devido à demanda energética e de refrigeração atrelada a essas infraestruturas de hardware (computadores/“servidores”), que recentemente tem intensificado exponencialmente seu consumo com as Inteligências Artificiais (IAs), para o processamento e armazenamento dos dados utilizados por softwares (programas). Nos planos anunciados por Haddad, está incluso o fornecimento a preço de banana ou até mesmo de graça de energia e água para estas operações.


Ou seja, se fornece todo tipo de benefício para as empresas operarem em nosso solo, utilizando fontes de energia e água nacionais ao seu bel-prazer, controlando dados “brasileiros”. Indo na contramão da expansão e criação de produção interna dos componentes e equipamentos (meios de produção em geral) na construção desses armazéns, e ferindo a “soberania digital”, permitindo, de graça, a extração de dados da população por empresas estrangeiras que, em cima deles, fazem montantes de lucro obscenos, principalmente monopólios imperialistas dos EUA. Enquanto isso, centros nacionais - são entre 160 e 180, 86% concentrados em SP - não são capazes de abarcar operações de forma autônoma (necessitam “passar” por centro nos EUA, por exemplo), são ou sucateados ou escanteados pelo Estado, e ainda são dependentes de importação em questão de infraestrutura.


O Brasil reproduz sua condição de semicolônia quando se trata de dados. Grandes bases de dados como a dos SUS, às vinculadas às políticas de assistência econômica, as da Receita Federal, da Presidência, do IBGE e demais institutos e universidades usam serviços de nuvens de capitais de países imperialistas, e gerando déficits comerciais com o pagamento dos arrendamentos dos Data Centers em dólar. Ainda, esses tipos de capitais possuem uma composição orgânica de capital muito alto, isto é, empregam pouca força de trabalho em comparação com os equipamentos (capital constante) utilizados, e normalmente trazem de fora trabalhadores especializados para serem funcionários nestas empresas. Então, os benefícios que poderiam trazer em termos de uma infraestrutura nacional de dados estão sendo em grande maioria exportados, enquanto os malefícios - o uso maciço de água e energia - permanecem aqui e nos tornamos uma semicolônia de dados a serviço das Big Techs. Reforçando a necessidade de romper com a dominação imperialista e cumprir com as tarefas nacionais-democráticas próprias de uma Nova Economia sob uma Nova Democracia.



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