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Em defesa do povo palestino, coletivos culturais rechaçam evento vinculado a fundos sionistas

Atualizado: 15 de ago.

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A empresa Boiler Room é conhecida por se promover como uma grande difusora da cultura periférica mundial. Trata-se, na verdade, de uma startup que promove festas, cedendo seu nome e patrocínio para diversas produtoras locais, apoiando-se em estilos e artistas de diversas regiões do mundo. Sua mais recente edição estava programada para ocorrer no dia 01 de agosto, no Brasil, mas foi cancelada após mais de quatro Djs retirarem os seus nomes da programação. Essa série de cancelamentos ocorreu devido a uma campanha de boicote que expôs a hipocrisia do discurso de uma festa que se propõe como inclusiva e um ponto de resistência de cultura periférica mas que na verdade está ativamente financiando o genocídio Palestino além de outros negócios extremamente violentos contra o meio ambiente e populações Indígenas.


Embora se apresente como uma festa progressista, a Boiler Room é acusada de roubar projetos de artistas independentes e usá-los para melhorar sua imagem, juntando-se às dezenas de festivais e festas organizados pela produtora Superstruct, que foi comprada pela KKR, um fundo de investimentos que injeta dinheiro no Exército de Israel, além de outros serviços usados pela colonização sionista. Ela também promove a construção de um gasoduto que agride os territórios do povo Wet'suwet'en no Canadá, dentre outros empreendimentos que devastam o meio ambiente e provocam a gentrificação de espaços públicos, alguns deles, inclusive, no Brasil. A Boiler Room, como se vê, usa da reputação de artistas e eventos culturais para ocultar e melhorar a sua imagem pública perante suas práticas imperialistas.


O boicote contra a KKR existe desde 2020, sendo liderado por ativistas do povo Wet'suwet'en, do povo Palestino e por diversos ativistas ligados à cena independente. Inspirando-se nesse movimento internacional, uma série de coletivos aqui no Brasil, como o Boicote Boiler Room Brasil, Nação Rebolation 69, Drum’n’Bloco, Wobble entre outros se organizaram contra a realização da edição em São Paulo da Boiler Room, que ocorreria no dia 01 de agosto, denunciando os vínculos da festa com a KKR e o genocídio Palestino. Os coletivos lançaram então um chamado para que os artistas cancelassem suas participações no evento e que recusassem propostas para o mesmo. Ao mesmo tempo, foi convocado um ato. Pouco tempo depois do início da mobilização, foram vazados documentos que apontavam um esquema montando pela BR junto com a PM de São Paulo para reprimir a manifestação, revelando sem disfarces o verdadeiro caráter dos organizadores. Após os DJs Alírio, D.Silvestre, Delcu e Thiago Martins suspenderem sua participação, o evento acabou sendo cancelado, numa vitória dos movimentos internacionais de boicote ao lobby sionista.

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