Junho Antifascista: Combinar a luta antifascista com a luta revolucionária anti-imperialista e socialista
- Redação
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Atualizado: há 6 horas
Na última quarta, o Comitê de Autodefesa Antifascista da UFF promoveu a primeira mesa política do “Junho Antifascista”, que consiste numa série de eventos realizados durante o mês de Junho para mobilizar os estudantes da UFF em torno da organização da sua autodefesa. Essas atividades, assim como a própria criação do comitê, são uma resposta dos estudantes aos consecutivos ataques organizados pela extrema direita à Universidade Federal Fluminense em 2025. O evento também é parte de campanha internacional em apoio a Guerra Popular na Índia e a Resistência Palestina, que sofrem com o genocídio financiado pelo imperialismo ianque e aplicado com seus porretes, Netanyahu e Modi.
A Operação Kagaar foi amplamente denunciada pelos companheiros do Novo MEPR em participação no Comitê Internacional de Apoio a Guerra Popular na Índia (CIAGPI). Os companheiros denunciaram a investida de Modi, primeiro ministro fascista da Índia, e tem como objetivo destruir os naxalitas e também os advasis, povo originário da Índia, para saque de suas terras e extração de riquezas naturais.
O evento contou a participação de estudantes dos cursos do ICHF, onde atua o Comitê e onde os fascistas foram expulsos. Além da própria organização da autodefesa, a companheira Clarissa defendeu que ela por si só não é suficiente, é preciso debater sobre as tarefas do movimento popular frente ao crescimento do fascismo no mundo. Na mesa estavam a professora do Departamento de Sociologia Wilma Pessoa, o escritor e editor da Revista Revolução Cultural (RRC) Igor Mendes, Gerson Lima, dirigente histórico do movimento operário e editor da RRC e Clarissa Vidinhas, conselheira universitária e militante do Novo Movimento Estudantil Popular Revolucionário.
As intervenções giraram em torno da ascensão do fascismo em todo o mundo e as diferentes formas que ele se apresenta no âmbito internacional e nacional, como a escalada da guerra imperialista em curso encabeçada pelo imperialismo norte americano. No Brasil, falamos que culminou na tentativa de um golpe militar no dia 8 de janeiro de 2023, ocasionada pela impunidade concedida aos militares no fim do regime de 64 pela esquerda eleitoreira e sua política conciliatória com as classes dominantes desde a dita redemocratização, deixando um caminho aberto para a ascensão desta nova extrema-direita, que hoje disputa a mobilização das massas populares de nosso país.
Durante o debate, Gerson falou sobre as perspectivas revolucionárias do movimento sindical, em comparação ao projeto das centrais sindicais que estão cooptadas e aparelhadas para impedir oposições ao governo Lula. O companheiro Gerson destacou que os sindicatos por si só não poderiam levar a revolução, visto que eles estão estruturados hoje para garantir a conciliação de classes. Mas que sem a organização sindical firme contra os retrocessos da terceirização e retirada de direitos trabalhistas como o FGTS, o desmonte da CLT, etc, não se pode iniciar a organização dos trabalhadores. Por isso, o combate é para que as direções representem a sua base e, quando não, que sejam tomadas pelas amplas camadas de trabalhadores. Esta luta, primeiro pelas demandas econômicas, deve avançar para a luta política, pelas liberdades democráticas com o enfrentamento aos governos fascistas. Este é um germe de consciência para o avanço da luta antifascista.
Além disso, o companheiro que faz parte do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, denunciou as intervenções fascistas da CIA e Mossad no Brasil, exigindo da Polícia Federal que processe Lucas Passos, intelectual em defesa da Palestina.
A professora Wilma Pessoa, que é uma intelectual profundamente comprometida com a libertação Palestina, destacou como o fascismo é a última resposta do capitalismo para suas crises. E que este é inerente ao sistema capitalista, não sendo possível sua derrota total sem a derrota total do capitalismo.
O companheiro Igor Mendes falou sobre o movimento combinado de ascensão do fascismo e da caminhada do imperialismo para uma nova guerra mundial. Esta que é definida por Lenin como o embate para a repartilha do mundo que acelera a situação revolucionária ao provocar as massas para que se rebelem.
A companheira do Novo MEPR demarcou a defesa da ação de expulsão dos fascistas e denunciou a posição burocrática e menchevique das organizações que compõem o DCE e parte de sua oposição que se negaram a fazer o confronto político e físico às forças reacionárias que invadem a UFF regularmente. O Comitê de Autodefesa Antifascista continua com seu Junho Antifascista na atividade de Sarau a acontecer em 11 de julho.