Leilão entrega para multinacionais a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas
- José Rivera Krangola
- 18 de jun.
- 2 min de leitura

Enquanto Lula participava, como penetra, da reunião do G7 no Canadá, lançando mão de toda a sua velhacaria em discursos sobre o papel do Brasil para a segurança energética mundial e das reservas de minerais estratégicos no solo brasileiro, no Rio de Janeiro, em 17/06/2025, batia-se o martelo entregando para as multinacionais ExxonMobil (EUA), Chevron (EUA) e CNPC (China), 19 áreas para exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas¹. Apesar de cientistas e ambientalistas alertarem sobre os riscos para a natureza, para as comunidades tradicionais e para todo o ecossistema da Foz do Rio Amazonas em caso de possível vazamento de óleo, e ações na justiça para impedir o certame, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizou a operação, exatamente na véspera do vencimento de uma avaliação ambiental, assinada em 2020 no governo de Bolsonaro, permitindo que essas áreas fossem leiloadas. O episódio repercutiu em Bonn, na Alemanha, onde ocorria uma reunião da Convenção do Clima da ONU para definir um cronograma para a COP 30, que possibilite a eliminação gradual de combustíveis fósseis, maiores responsáveis pela emissão de dióxido de carbono (CO2) – gás que contribui para o aquecimento global e as mudanças do clima.
Durante um evento com investidores nos Estados Unidos, Magda Chambriard (presidente da Petrobrás, indicada por Lula) chegou a cunhar o termo ''Let’s drill, baby'', algo como ''Vamos perfurar, bebê'' em tradução livre, que é um bordão notadamente conhecido por Donald Trump ao falar sobre o leilão da margem equatorial.

Membros da casta política como Davi Alcolumbre (presidente do senado) e Randolfe Rodrigues (líder do governo de Lula no congresso nacional), que se apresentam como representantes do estado do Amapá, devem ter comemorado o resultado do leilão. Nem foi preciso lançar mão do projeto de lei da Devastação (PL 2.159/2021), recém aprovado pelos senadores, que segue de volta para câmara dos deputados e que se sancionado por Lula, mudará as regras ambientais para benefício dos latifundiários, empresas de mineração e “empreendimentos” da burguesia nacional e estrangeira no Brasil.
A destruição do meio ambiente é um duro golpe contra o direito do povo à água limpa, ar puro, solo fértil, alimentos saudáveis e clima estável. Denunciar toda a corja de oportunistas e entreguistas que pretendem passar às mãos das corporações multinacionais os recursos naturais do Brasil é tarefa que os verdadeiros democratas e revolucionários devem desempenhar.
A nossa luta é pelo direito de viver, de respirar e de existir das classes trabalhadoras, povos originários e tradicionais. A defesa de um meio ambiente que garanta esses direitos é bandeira de luta em torno da qual devemos nos mobilizar e nos organizar.
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Referências bibliográficas:
¹Para saber mais sobre a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, leia: