Ontem RS, hoje PR: a catástrofe climática dos capitalistas no Brasil
- Redação
- 10 de nov.
- 2 min de leitura

Na última semana, três cidades do Paraná foram atingidas por tornados com ventos de até 330 Km/h, Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e Turvo, deixando seis mortos e 750 pessoas feridas. Pouco mais de um ano depois das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul, mais uma vez os impactos da crise climática dos capitalistas são observados nacionalmente.
Classificado como fenômeno meteorológico de nível F3 e F2 na escala Fujita, os tornados deixaram cerca de 90% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu destruída. Foram 1000 pessoas desalojadas, 28 desabrigadas e 14,6 mil afetadas diretamente.
Devido ao acúmulo e ao aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), os eventos climáticos, frutos do aumento da entropia (do “caos” no sistema climático), da destruição da biosfera e do aumento do nível do mar – e muitas outras consequências da espoliação capitalista da natureza -, têm aumentado exponencialmente, causando furações, tornados, enchentes e incêndios em todo o planeta. São produtos tanto das emissões industriais nos países imperialistas quanto às atreladas ao aumento da devastação de vegetação nativa e mudança do uso do solo na agropecuária ou na mineração por parte das classes dominantes locais em países como o Brasil, ou seja, é um fenômeno geral, mas seus efeitos são sentidos localmente: a crise geral é a manifestação e a proliferação de crises locais.
As enchentes no RS, os tornados no PR e o Furacão Melissa na Jamaica nas últimas semanas são amostras disso, dos eventos que ainda “estão frescos na cabeça”. Sendo local, sua destruição é particular; devasta um território e impacta uma população específica, é em si (ainda que apresentado como fenômeno natural) um fenômeno social, de classe e raça – como é claro hoje, estas categorias não são disjuntas, mas indissociáveis. São os operários e camponeses, em sua maioria não-brancos, destas regiões e países, que sentem os impactos produzidos pela sede insaciável por se reproduzir em escala ampliada própria do modo de produção capitalista, que passou a agir em todas partes do globo desde a internacionalização das relações capitalistas (ou subjugação aos seus interesses).
Sem verdadeira capacidade de “mitigação” dos seus efeitos, porque a natureza expansiva e intensiva dessa relação social interrompe qualquer desejo de salvar o planeta e proteger o povo dos impactos da destruição que se alastra em níveis inimagináveis, a única alternativa é aquela que se manifesta pelos que sofrem e sofrerão com os impactos das ações de um punhado de imperialistas que detém e dividem entre a natureza e o produto do trabalho da grande maioria social que compõem a massa de explorados e oprimidos que devem se rebelar para sobreviver.






