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Repúdio a Trump e cadeia para Jair Silvério dos Reis

Foto: Reuters/Adriano Machado
Foto: Reuters/Adriano Machado

É fato extremamente grave a violenta carta de Donald Trump endereçada a Lula nesta quarta, 09. Menos pelo seu aspecto econômico, embora este também seja relevante: o mandatário ianque determinou tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras àquele país, o que atinge sobretudo setores das commodities, mas também a já combalida indústria metalúrgica do país. Mas o próprio fato de que o Brasil possui, desde 2009, déficit na relação comercial com os Estados Unidos, expressa de modo inequívoco o caráter político, e mesmo geopolítico, desta medida de guerra econômica.


Em sua carta, Donald Trump menciona abertamente Jair Bolsonaro, ao dizer que seu julgamento por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) é uma “vergonha internacional”. Reitera com isto o seu apoio, já publicizado nos últimos dias, ao chefe da extrema-direita brasileira e chega ao ponto de dizer que o tarifaço foi motivado "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos". Ou seja, embora destaque Bolsonaro, é óbvio que Trump se refere à recente decisão do STF de responsabilizar tímida e moderadamente as big techs pelo conteúdo veiculado através de suas plataformas. Em nome da “liberdade de expressão”, o chefete da reação mundial pretende o uso ilimitado do poder econômico e tecnológico para subverter as políticas dos países que possam oferecer qualquer limitação aos seus ditames.


Por óbvio que esta ofensiva de Trump, combinada com os seus sicários vendilhões da pátria aqui dentro, se relaciona com a situação mundial, em que o período excepcional vivenciado após o colapso da União Soviética, com os Estados Unidos pontificando quase sem contestação na ordem mundial, deu lugar à tendência estrutural e predominante do imperialismo por repartilhar o mundo de tempos em tempos. Formam-se dois campos muito claros neste cenário de disputa: um, liderado pela China imperialista emergente e a Rússia que conserva a força militar herdada da URSS; outro, liderado pelos Estados Unidos e os Estados europeus e asiáticos que lhe são vassalos. Entre os dois campos, há uma ampla variedade de países e de regimes que buscam barganhar melhores condições e vender ao melhor preço o alinhamento, não por patriotismo, mas para buscar um maior quinhão como sócios minoritários da espoliação das suas próprias classes trabalhadoras internas. Esta parece ser a posição de Lula, enquanto Bolsonaro atua por um alinhamento quase religioso com os Estados Unidos. Naturalmente, que uma semicolônia como a nossa não possui a margem de manobra para responder ao tarifaço como a demonstrada pela China, de sorte que seus efeitos internos, como crise econômica e desestabilização política, são absolutamente imprevisíveis.


Não poderia ser de outro modo, afinal, o Brasil possui as maiores reservas hídricas do planeta, recursos minerais abundantes, espaços gigantescos para produção de alimentos e uma população expressiva (e população também é uma reserva, quiçá a mais importante, da riqueza nacional). Cada vez mais, as fricções na arena internacional, em linguagem marxista, a disputa por hegemonia mundial, levará nosso país para o centro da tormenta, não apenas como nação mas também através do acirramento da luta de classes no interior do país. É preciso separar duas coisas: de um lado, a oposição às medidas antipopulares do governo Lula e sua capitulação aos monopólios, o que não aplaca a sede de sangue dos tubarões e ao mesmo tempo joga as massas desiludidas no colo da extrema-direita; de outro, a denúncia das tentativas de produzir uma crise econômica e comoção política artificiais, à serviço dos intentos de uma potência estrangeira, com fins de converter nosso país descaradamente em uma colônia. E realmente, do ponto de vista dos interesses do imperialismo norte-americano, é intolerável mesmo o fraco apaziguamento entre duas canoas acenado por Lula. A estratégia do Departamento de Estado é usar todos os meios para eleger um Milei tupiniquim em 2026; falhado este plano, eles tentarão a desestabilização e o golpe de novo e de novo.


É urgente exigir a prisão preventiva imediata de Jair Silvério dos Reis, o Bolsonaro –continuador do deplorável traidor da Conjuração Mineira – que atua como agente à soldo de Trump no país, o que é crime previsto em lei. Ao mesmo tempo, deve-se exigir do governo que atue para elevar o salário mínimo e desdolarizar os preços dos ítens básicos – como carne, café, ovos –, para que o mercado interno absorva o excedente criado pelo tarifaço. Amplas mobilizações devem ser feitas, para repudiar qualquer interferência ianque no nosso país e exigir o rompimento imediato com seu preposto sionista, cuja agência terrorista, Mossad, forneceu amplos meios para que Bolsonaro espionasse opositores durante seu governo.

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