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RJ: Moradores da comunidade do Rio do Ouro protestam contra morte de trabalhador atropelado na RJ-106

Foto: @sgvaimudar/ig
Foto: @sgvaimudar/ig

Nesta segunda-feira (15), moradores da comunidade do Rio do Ouro em São Gonçalo fecharam pelo terceiro dia seguido a RJ-106, em protesto contra a morte de Pedro, trabalhador que tentava atravessar a via que não possui uma passarela no trecho onde se encontram os pontos finais de duas importantes linhas de ônibus, 48 Niterói-Rio do Ouro e 771D Rio do Ouro-Candelária. Em julho deste ano, uma outra jovem de 17 anos foi atropelada e morta no Bairro Várzea das Moças, onde também não há passarela. Os moradores relatam que há mais de 20 anos são feitos requerimentos junto ao Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ) para a construção de uma passarela, até hoje não realizada.


Com cartazes que diziam “RJ-106 rodovia da morte!”, denunciaram o abandono tanto desta via quanto da RJ-104, que é a sua continuação até Niterói. Em toda a extensão de ambas as vias, há problemas com o asfalto que possui diversos buracos, mato alto, falta de sinalização e iluminação, e que quase não há passarelas no trecho, além de que em algumas partes inexiste marcação, o que gera acidentes contínuos e coloca as duas entre as três vias com mais acidentes no estado do Rio de Janeiro. Só no mês passado, foram três acidentes no trecho da RJ-104 que fica entre o bairro Caramujo e o Fonseca em Niterói, com mortes de 3 pessoas.


Foto: @sgvaimudar/ig
Foto: @sgvaimudar/ig

Interesses privatistas impedem melhorias na RJ-106


Já há muito tempo que o governo do estado tenta a todo custo privatizar a RJ-106, promovendo estudos de viabilidade em 2017, 2020 e, o mais recente, em 2021. No entanto, após reações negativas das prefeituras dos municípios por onde passa a rodovia, o processo foi arquivado. O DER-RJ já há algum tempo sonega reparos, principalmente por ceder a pressão das concessionárias da ViaLagos (CCR) e do trecho Rio Bonito-Campos da BR-101 (Arteris Fluminense) que veem na RJ-106 uma “alternativa sem pedágio” (os estudos de viabilidade para implantação do pedágio foram também fruto da pressão dessas empresas).


Enquanto o Estado busca fazer leilão deste trecho, sem nenhum pudor ou vergonha, o produto disso tem sido a morte de trabalhadores como Pedro e tantos outros que sofrem com o descaso que prioriza o lucro no lugar de servir aos interesses do povo que vive na região.

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