Se avizinha uma guerra na América Latina?
- Redação
- há 2 dias
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Já são pelo menos 17 pessoas assassinadas pelos EUA em ataques a pequenas embarcações na costa da Venezuela em menos de dois meses. Donald Trump, na última quinta-feira (02), disse em documento oficial enviado ao congresso que ‘’Os EUA estão em guerra contra os cartéis de droga’’, deixando a entender que essas operações irão se intensificar. Na terça-feira, o calhorda já havia dito que iria combater os cartéis ‘’por terra’’. Com a "velha história para boi dormir" da ‘’guerra às drogas’’, Trump tem ameaçado a Venezuela, mas também a América Latina como um todo, diariamente.
Nesta semana, caças F-35 ianques sobrevoaram o espaço aéreo venezuelano, eles chegaram junto a um submarino nuclear e mais dois navios de guerra que aportaram na base militar de Porto Rico. Em resposta a esses movimentos ianques, Nicolás Maduro está armando as milícias populares do país e está promovendo um grande exercício militar no país. Houve, nesta semana, até mesmo uma antecipação do natal em receio de uma possível invasão do país nos próximos meses, algo que está sendo colocado pelo governo venezuelano como uma situação iminente. Mas por que os ianques estão dobrando a aposta na América Latina?
Por que a intervenção na Venezuela?
A situação política internacional tem estado em grande efervescência nos últimos anos, principalmente devido à consolidação da influência do imperialismo chinês e o avanço russo tanto na África quanto na Ucrânia. Os países imperialistas estão em uma nova corrida por ampliar suas zonas de influência, ou mesmo preservar as que já possuem, o que tem jogado fogo no cenário político global, escalando conflitos em todo o mundo e criando condições propícias para uma nova guerra imperialista.
Neste contexto, as ações de Trump na Venezuela são reflexos claros da tentativa dos ianques de afastar os países da América Latina da influência chinesa, já que atualmente a China é o maior parceiro comercial de toda a região. Um sinal dos tempos em que vivemos é que no início de 2024 a Venezuela havia retomado o comércio com os EUA e os países vinham tendo boa relação até mesmo em relação à política migratória fascista de Trump. Algo que foi motivado devido às sanções ao petróleo russo, que colocaram a necessidade dos ianques em retomar essa relação com a Venezuela. Porém, as rusgas voltaram após Maduro, em maio, assinar um ‘’acordo estratégico’’ com a Rússia, que envolvia além de trocas comerciais e apoio militar russo, o apoio de Putin para a entrada da Venezuela no BRICS.
Atualmente o imperialismo ianque tem exigido de suas semicolônias uma subserviência total aos interesses ianques, que consiste além da balança comercial favorável aos EUA, o corte de relações econômicas e políticas com China e Rússia. A proximidade de Maduro com o imperialismo chinês e, principalmente, o imperialismo russo há tempos incomoda Trump e o imperialismo ianque, que agora acenam com a invasão ao território venezuelano para derrubar Maduro e afastar na marra a Venezuela dos seus oponentes na contenda que se avizinha.
Esse precedente, que está sendo aberto com a escalada das tensões no Caribe, pode abrir uma nova rodada de intervenções mais firmes dos EUA nos países da América Latina, principalmente devido às últimas ameaças e tentativas de intervenção de Trump também no Brasil e Colômbia. Cabe ao povos latino-americanos seguir o exemplo do povo venezuelano, que vem se mobilizando e se organizando para resistir a prometida investida sobre seu território, até mesmo para obrigar que o regime de Maduro não capitule diante de eventual invasão.