SP: Prefeitura despeja com violência Teatro de Contêiner Mungunzá
- Felipe Dutra
- há 20 minutos
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O perfil no Instagram da companhia de teatro que organiza o Teatro de Contêiner Mungunzá denunciou nesta última terça-feira, 19, uma violenta operação da Guarda Civil Municipal (GCM) da capital paulista de despejo das suas instalações e dos profissionais que lá estavam naquele momento.
A existência do Teatro Mungunzá tem estado em ameaça há pelo menos um ano, por estar em alegada área de interesse da prefeitura para "transformação em espaço de moradia e lazer". Este interesse declarado não somente exala contradição com o próprio fato do Teatro ter dado vida artística e cultural a uma região central da cidade, como a Luz, há muito tempo abandonada pela Prefeitura, como ainda esconde os seus reais interesses: um projeto de médio prazo, levado em parceria entre Prefeitura e Governo do Estado, para "revitalizar" o centro da capital com uma agressiva especulação imobiliária, expulsando para as periferias as últimas iniciativas de cultura popular e mesmo a última favela central que ainda persistiam em se manter no centro.

Expressão desse projeto de especulação agressiva no centro é o evento planejado para acontecer logo ao lado do espaço do Teatro de Contêiners nessa quinta-feira. As ações realmente não são à toa. Governo do Estado, com Tarcísio à frente, e a Prefeitura, com o faria limer Nunes nas cabeças, pretender exibir como troféu o suposto desaparecimento da Cracolândia da região - quando na verdade os dependentes químicos, enjaulados em um canto do bairro e fortemente reprimidos, resolveram eles mesmos dispersarem para outras regiões do centro até que naturalmente encontrassem um local mais adequado para se concentrarem -, "sumiço" nunca realmente explicado pelos próprios agentes de repressão.
Destruindo a cultura popular da cidade a serviço da especulação imobiliária do centro, disfarçando-se de promotores da paz e da justiça social. É assim que tem agido os mais novos fascistas da cidade mais populosa do país.