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“Transição energética” destrói a biodiversidade e a saúde de moradores de quase 5 mil territórios no país

Atualizado: há 19 horas

Família do Agreste Pernambucano afetada por parque eólico da Cubico Sustainable Investments, oligopólio canadense. Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo.
Família do Agreste Pernambucano afetada por parque eólico da Cubico Sustainable Investments, oligopólio canadense. Foto: Arnaldo Sete/MZ Conteúdo.

No último mês de agosto, foi publicado o artigo “Cada qual no seu lugar: a interferência de projetos energéticos sobre os Territórios de Interesse Socioambiental”, realizado pelo Grupo Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (PoEMAS) da UFJF, que traz à tona novos dados e informações sobre o impacto sobre a natureza e a sociedade causados pela “transição energética” impulsionada pelo Governo Federal para alavancar os lucros do grande capital “verde”.


A pesquisa, de autoria dos pesquisadores Bruno Milanez, Camila Vieira e Juliana Siqueira-Gay, revela que a instalação e a atividade sobretudo de parques de exploração mineral, de usinas eólicas e usinas fotovoltaicas já impactam quase 5 mil territórios de assentamentos da “reforma agrária”, unidades de conservação, territórios quilombolas e terras indígenas.


"Territórios sob interferência de estruturas associadas à "transição energética"". Fonte: Artigo supracitado.
"Territórios sob interferência de estruturas associadas à "transição energética"". Fonte: Artigo supracitado.

Entre os impactos causados por essas obras, os pesquisadores listam uma série de malefícios para o povo, além de variadas formas de destruição do meio natural: “fragmentação de habitats”, “perda de biodiversidade”, “restrição de acesso aos territórios”, “risco de contaminação dos recursos hídricos”, “geração de ruído e “efeito estroboscópico [que faz as pessoas enxergarem objetos parados ou em movimento quando não estão]””, “enjoo, vertigens, enxaqueca, ansiedade e aumento da sensibilidade gastrointestinal”, “dispersão de poeira”, “redução da permeabilidade do solo”, “aumento do consumo de água”, “redução na reprodução de algumas aves”, “aumento na mutação genética de plantas” e mesmo “aumento de risco de câncer”.


Esses impactos negativos em seu conjunto significam interferência direta em 22% das Terras indígenas (TI’s), 34% dos assentamentos da “reforma agrária”, 38% das Unidades de Conservação (com destaque para áreas da chamada Amazônia Legal) e 40% dos territórios quilombolas do país.


Disfarçados sobre o discurso da "sustentabilidade", que cinicamente e como que equilibrando pratos o Governo tem tentado sustentá-lo, os enormes prejuízos causados por tais obras recaem na verdade sobre o povo brasileiro e até mesmo sobre a biodiversidade de todo o planeta (dado o peso que essas enormes áreas impactadas têm para o equilíbrio ecológico mundial). A importante pesquisa que o Grupo PoEMAS realizou mostra, afinal, quem são e onde estão aqueles que colhem os podres frutos das políticas de Estado que têm servido somente aos grandes oligopólios estrangeiros (capital monopolista), donos diretos ou acionistas majoritários das grandes mineradoras, usinas e parques eólicos, como exemplificado recentemente pela Revolução Cultural no setor de exploração de ferro-níquel.


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