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EUA bombardeia barco próximo à costa venezuelana, subindo o tom das provocações

Embarcação bombardeada pelos EUA. Foto: Reprodução/@realdonaldtrump
Embarcação bombardeada pelos EUA. Foto: Reprodução/@realdonaldtrump

Nesta segunda-feira (2), o fascista presidente dos EUA Donald Trump fez um pronunciamento na Casa Branca afirmando que a marinha estadunidense teria interceptado um barco do cartel de drogas venezuelano Trem de Aragua próximo à costa do país sul-americano. Após a divulgação do vídeo da ação, que na realidade não é tão conclusivo acerca do que a embarcação realmente carregava, Trump afirmou que cerca de 10 traficantes teriam sido assassinados e voltou a afirmar que os EUA ‘’estão dispostos a tudo’’, reforçando suas ameaças de intervenção na Venezuela.


Vídeo: Jornal El País

Essa atitude provocou uma resposta de Nicolás Maduro, que voltou a destacar que os EUA estão orquestrando um teatro para depô-lo e que o vídeo publicado por Trump teria sido feito através de inteligência artificial. Maduro reafirmou, ainda, que não tem envolvimento com o cartel Trem de Aragua. Nas últimas semanas, navios de guerra ianques chegaram às bordas da Venezuela após a decisão dos EUA de dar prosseguimento à operações em diversos países da América Latina contra o ‘’crime organizado’’. No mínimo curioso, pois muitos desses cartéis operam dentro dos próprios EUA e navios de guerra não são necessariamente os equipamentos mais eficientes para combater tal tipo de grupo. Esse movimento tem uma clara intenção, na verdade, de intervir de forma mais incisiva e minar quaisquer movimentos anti-ianque que possam surgir na região, que estreita cada vez mais seus laços com o social-imperialismo chinês, e, no caso da Venezuela, mais ainda com o imperialismo russo. O envio dos navios à costa venezuela parece ser somente um primeiro passo de Trump nesta direção.


Maduro vem se preparando para guerra, porém era só afagos com Trump há não muito tempo


Durante as últimas semanas, a Venezuela mobilizou suas milícias nacionais, que somam quase 4,5 milhões de membros, e vem reforçando sua fronteira com a Colômbia, onde há uma base militar estadunidense. Maduro afirmou em recente pronunciamento na TV estatal que: ‘’Eles vêm atrás do petróleo venezuelano; querem de graça. Esse petróleo não pertence a Maduro, muito menos aos americanos. Pertence a vocês, o povo da Venezuela". Apesar da convocação dos reservistas e desta declaração de Maduro, o interessante é que há não muito tempo a relação entre os dois países tinha se recuperado.

Até o início do ano de 2025, ambos os países tinham reatado o comércio de petróleo, a Casa Branca tinha retirado as sanções às principais empresas venezuelanas e as conversas a respeito da deportação de imigrantes vinha sendo feita. Porém, a boa relação foi sendo minada coincidentemente após a ida de Putin a Caracas, algo que de certo Maduro não quer que impacte na sua relação com Trump. Mesmo após o envio dos navios e dessa flagrante provocação dos EUA ao bombardear essa embarcação próxima à costa da Venezuela, Maduro insiste em isentar Trump e culpa somente o chanceler dos EUA Marco Rubio: "ele (Marco Rubio) quer sujar as mãos do presidente Donald Trump de sangue".


Como podemos perceber, ainda há muita água para correr debaixo dessa ponte e será necessário que o povo venezuelano rasgue qualquer ilusão que exista seja com a figura de Trump, "ameaçado", na visão de Maduro, "por Marco Rubio", seja com uma pretensa expulsão dos EUA apoiando-se somente em outras forças estrangeiras e não na mobilização geral do povo.

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