EUA: Serviço de Imigração nega ajuda médica a imigrantes presos
- Felipe Dutra
- há 19 horas
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Relatório da Human Rights Watch, publicado nesta segunda-feira (21), trouxe à tona diversos abusos cometidos pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos contra imigrantes em situação carcerária.
Em um dos casos, Maksym Chernyak, ucraniano radicado nos EUA depois do início da agressão russa ao seu país, morreu depois de sequencialmente ter suas necessidades médicas negadas ou parcialmente atendidas com muito atraso. No relatório consta o relato de sua esposa sobre como ela recebeu as poucas notícias da situação de seu marido até culminar em seu assassinato:
Apesar dos repetidos apelos, Chernyak recebeu apenas analgésicos básicos e anti-histamínicos. Quando ele relatou sangue nas fezes e palpitações cardíacas, a equipe recusou atendimento médico imediato.
Depois de muito tempo sem notícias, o advogado de Chernyak recebeu um telefonema dizendo que ele "havia morrido" e sua esposa algumas semanas depois recebeu suas cinzas em uma urna.
Outra prática nojenta (sim, nojenta, pois não há outra palavra para descrever tais atitudes) que emergiu com o relatório foi a de um rapaz que foi obrigado a se alimentar da comida que recebeu na prisão com as mãos amarradas para trás, através de um pote, lambendo-o igual um animal, enquanto os agentes do ICE se divertiam com a humilhação - que todos os casos confirmam não se tratar de mera exceção, mas de um evidente padrão.
Este padrão, que a própria agência adjetivou como "degradante e desumanizante", foi verificado por ela entre fevereiro e abril deste ano. Desde então, o governo Trump intensificou sua caçada a imigrantes e o relatório da HRW levanta uma média de 56,4 mil imigrantes detidos por dia em 15 de junho, dos quais 72% não tinham sequer (e isso também não seria motivo de detenção) antecedentes criminais.
E agora são estes mesmos caçadores de imigrantes, de imperial soberba, que também em nosso país protegem o clã Bolsonaro, seja através de ataques econômicos afim de intervir nas decisões judiciais, como a taxação do pix, seja através do aval e ajuda na fuga do ex-presidente, flagrado com 14 mil dólares guardados em casa na última vez que a Polícia Federal visitou sua casa. São pois partes diferentes de uma mesma serpente - e como diz um ditado popular, é numa paulada só que se mata uma cobra - e demorar para despejar toda a energia antifascista sobre ela, a troco de cálculos para as eleições do ano que vem, é permitir que em breve ela troque de pele e volte a destilar o seu veneno sob as massas populares.