O entreguismo ao imperialismo norte-americano está exposto como nunca
- Redação
- há 10 horas
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Atualizado: há 4 horas

Nesta quinta-feira, 17, Trump publicou em sua própria rede social uma carta endereçada a Bolsonaro reforçando o seu apoio a ele e reforçando a imposição de taxas sobre os produtos brasileiros importados pelos EUA com o objetivo de enfraquecer o "ridículo regime de censura" e defender o suposto "líder altamente respeitado e forte". Já deixando de lado qualquer argumentação técnica de paridade comercial.
Já na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal do Brasil cumpriu ordens de buscas na casa do ex-presidente, encontrando, entre diversas coisas, 14 mil dólares. Bolsonaro também passará a usar tornozeleira eletrônica e cumprir algumas medidas cautelares, como a proibição de sair de casa depois das 19h e de se aproximar ou contactar embaixadas. É preciso lembrar que em 2022 Bolsonaro recebeu abrigo na Hungria, sob proteção do líder do presidente do país, de extrema-direita, Viktor Orbán e recentemente Carla Zambelli fugiu de sua condenação no Brasil primeiro para os EUA e depois para a Itália.
É preciso condenar, em primeiro lugar, o papel político cumprido desde sempre pelo clã da família Bolsonaro de facilitar a expansão e consolidação da ingerência estadunidense em nosso país. Não à toa, seu filho Eduardo viajou para os EUA com a missão pessoal de manter relações mais diretas com Trump após o fim do governo do pai. Um dos objetivos dessa "missão", própria de um agente que conspira contra seu próprio país, é permitir a livre atuação de empresas americanas em solo brasileiro, com o menor grau de regulação possível. Entre essas se destacam as de mídias sociais, em recente embate com o STF, que já saíram em defesa pública de Eduardo Bolsonaro. São tão entreguistas que isso parece pouca coisa, mas não é!
A ingerência norte-americana vem de longa data. Apoiou, financiou e mesmo estruturou o golpe militar de 1964¹. Impôs decisões de mudanças de governos. Dá a voz de comando militar sobre que tipo de exercícios e operações o Exército Brasileiro deve realizar. Opera mecanismos de controle sobre dados, como o armazenamento de dados do Estado através de nuvens digitais fornecidas pela Amazon, Google e Oracle, e vigilância do solo, do ar e do povo brasileiro, como a SIVAM².
Se é certo que Lula, como no pronunciamento em TV aberta na noite desta quinta, eleva o tom sobre Trump e as taxações pois a China, seu aliado internacional maior, não tem capacidade de absorver todo o volume de importação até então realizado pelos EUA, é igualmente certo para os revolucionários que se abre nesse momento um mar de contradições entre EUA e China, e entre seus fantoches "nacionais", que permite como há muito não tem sido possível que se desmoralize, isole e então destrua a presença da extrema-direita, verdadeiro bando de falsos patriotas, em nosso país.
1 O professor de Relações Internacionais da USP Felipe Loureiro publicou importante artigo a esse respeito, intitulado "O passado não pode ser desfeito, mas deve ser reparado: documento mostra apoio militar dos EUA ao golpe de 1964 no Brasil".
2 Sistema de vigilância da Amazônia, que faz parte do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). O sistema de vigilância é realizado em convênio com a empresa americana Raytheon, patrocinada diretamente pelos EUA.