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RJ: CSN polui ar e água em Volta Redonda e faz perseguição jurídica contra ativista

"Pó Preto" cobre Volta Redonda após vento de 80 km/h. Foto: Diário do Vale
"Pó Preto" cobre Volta Redonda após vento de 80 km/h. Foto: Diário do Vale

Depois de oito anos de investigação, nas últimas semanas, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi indiciada e incriminada, pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), pela contaminação do principal manancial de água potável no estado do Rio de Janeiro, o Rio Paraíba do Sul, a partir da pilha de rejeitos da Usina Presidente Vargas no município de Volta Redonda.


O relatório que acompanha o indiciamento aponta a contaminação do lençol freático por falta de impermeabilização do solo do estoque de rejeitos da produção de aço e laminados, que fica a 60 metros do rio. O risco de crise ambiental no estado, dado o risco destes rejeitos desabarem nas águas que abastecem boa parte do estado do Rio de Janeiro, coloca um alerta para uma catástrofe anunciada, como foram as de Mariana e Brumadinho.


Outra violação atrelada a pilha de rejeitos é a poluição atmosférica com partículas de minério de ferro levada pela corrente de ar e causando não só risco aos corpos hídricos e a flora da região, mas contaminando a população de Volta Redonda e causando problemas respiratórios graves em adultos e crianças. Além da pilha de rejeitos, as denúncias de anos contra a empresa falam também em contaminação por meio das chaminés da Usina.


Perseguição Política


Alexandre Fonseca, criador da página VR Abandonada, que denuncia as violações da CSN e demais problemas que Volta Redonda enfrenta diariamente, coleciona meros 12 processos, 10 na esfera criminal e 2 na civil, por “calúnia e difamação” contra a empresa. Se condenado, poderá pegar cerca de 30 anos de prisão por relatar diariamente nas redes sociais a situação do povo de Volta Redonda.


A perseguição sofrida também parte da tentativa de calar e barrar o movimento popular da região, que tem desde 2023 organizado atos massificados para denunciar a situação do “pó preto” da siderúrgica em todos os cantos da cidade. Nos autos dos processos movidos contra os moradores quando estavam organizando estes protestos, apareceram imagens de conversas dos grupos de mensagem da mobilização, o que indicada que a empresa “infiltrou” pessoas para criar prova contra a população.


A empresa já acumula quatro Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) - órgão responsável pela licença da operação e fiscalização –, todos seguidamente descumpridos, o que acarretou as denúncias da PF e do MPF, dada a pressão popular por soluções que resolvam de fato o problema e não sejam mais “comprometimentos” vazios.

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