Índia: FACAM convoca campanha contra a detenção ilegal e tortura de 9 ativistas

Viviane Carvalho
há 3 horas
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O Fórum Contra a Corporativização e Militarização (FACAM em inglês) denuncia o desenvolvimento da detenção ilegal de ativistas de direitos humanos pela Célula Especial da polícia de Nova Delhi. Organizações internacionais de direitos humanos em nota fizeram conhecer o contexto das prisões e sequestros dos sete ativistas em Nova Délhi, ocorridos entre os dias 9 e 11 de julho de 2025. Segundo a declaração, as ações foram conduzidas pela célula especial da polícia local sem mandados judiciais, em violação às leis indianas e a garantias básicas de direitos humanos.

Entre os detidos estão jovens do grupo Bhagat Singh Chhatra Ekta Manch (bsCEM) e membros do Forum Against Corporatization and Militarization (FACAM), que atuam em campanhas contra a militarização e as políticas genocidas do governo fascista indiano. Os ativistas relatam ter sido mantidos incomunicáveis, ameaçados e obrigados a assinar papéis em branco. Eles sofreram tortura física e psicológica, incluindo agressões, choques elétricos e ameaças de estupro contra mulheres. Todos foram libertados após protestos de organizações civis, mas foram proibidos de retornar à capital.

Essas prisões são parte da escalada repressiva ligada às operações Surajkund (iniciada em 2022) e Kagaar (desde 2024), conduzidas no âmbito da estratégia nacional da Operation SAMADHAN-Prahar, implementada sob o governo bramtiva hindu-fascistas de Narendra Modi (BJP). Os ativistas foram presos devido a sua campanha de defesa do cessar-fogo na Operação Kagaar. As organizações comparam as táticas militares dos EUA e da OTAN, afirmando que a ofensiva tem como alvo comunidades indígenas e camponesas nas regiões centrais da Índia, ricas em recursos minerais.

Recentemente, o FACAM atualizou a denúncia da prisão com o sequestro de mais 2 ativistas também em julho, totalizando 9 detidos ilegalmente:

"Condenamos a Detenção Ilegal de Membros do FACAM pela Célula Especial da Polícia de Délhi em um Falso Caso de Pessoa Desaparecida!

O Fórum Contra a Corporatização e a Militarização (FACAM), uma coalizão de defensores da sociedade civil, jornalistas, estudantes e intelectuais, emite uma declaração urgente para condenar a recente detenção arbitrária, as denúncias de tortura e o assédio judicial de pelo menos nove ativistas em Délhi. Essas pessoas eram membros do FACAM ou estavam associadas ao nosso ativismo que exige um cessar-fogo entre o proscrito CPI (Maoísta) e as forças paramilitares do governo indiano destacadas na Índia Central, particularmente na região de Bastar, em Chhattisgarh. Eles também estavam envolvidos em nossa campanha prolongada pelo fim da brutal ofensiva militar chamada Operação Kagaar e do Esquema Surajkund do Estado indiano. Esses acontecimentos representam uma grave escalada na repressão à dissidência democrática e aos direitos fundamentais na Índia.

Entre 11 e 21 de julho de 2025, nove pessoas teriam sido presas pelo Departamento Especial da Polícia de Délhi sem qualquer mandado, notificação ou procedimento legal adequado. Enquanto sete foram libertadas após sofrerem maus-tratos severos, tortura brutal e ameaças de estupro, uma permanece detida. A polícia alega que todas essas ações foram realizadas em busca de Vallika Varshri, editora da Revista Nazariya, uma organização integrante do FACAM. Pelo que conseguimos apurar, Vallika deixou sua casa voluntariamente, e a polícia encontrou uma carta escrita à mão por ela, declarando sua intenção de sair de casa no mesmo dia em que os ativistas foram detidos. As circunstâncias dessas detenções são profundamente alarmantes.

As pessoas alvo da repressão incluem:

Gurkirat (Presidente, bsCEM)
Gaurav (bsCEM)
Gaurang (bsCEM)
Ehtamam (membro do Fórum Contra a Corporatização e a Militarização e advogado)
Badal (membro do FACAM, anteriormente bsCEM)
Mukundan (ex-membro do FACAM e ex-integrante do conselho editorial da Revista Nazariya)
Rudra (Revista Nazariya)
Samrat (psicólogo e ativista social de Yamunagar, associado ao FACAM)
Priyanshu (doutorando na Universidade de Délhi e ativista da Delhi General Mazdoor Front) — atualmente acusado no Caso de Conspiração de Lucknow (caso NRB) e mantido sob custódia."