top of page

Mao - Sobre as dez grandes relações


Cartaz "Os escravos de ontem são os mestres de hoje!". Imagem: chineseposters.net
Cartaz "Os escravos de ontem são os mestres de hoje!". Imagem: chineseposters.net


Com “Sobre as dez grandes relações” iniciamos a tradução e a apresentação de um conjunto de textos de Mao Tsétung que avaliamos serem ignorados ou relativamente desconhecidos pelo atual debate em torno do maoismo. Estes textos, elaborados a partir do fim dos anos 1950, investigam os problemas da transição socialista e, portanto, da ditadura do proletariado. Partem de uma avaliação crítica da experiência de transição ao socialismo na URSS e seus limites, buscando a elaboração de novas teses para a transição, assim como a retificação do estilo de trabalho soviético. Além disso, ao encontrar novos problemas nesta transição, Mao e os revolucionários chineses responderam com a invenção de “novas coisas socialistas”, como foram chamadas durante a Grande Revolução Cultural Proletária – novas ideias e práticas que tinham como objetivo impulsionar a transição.


Como se sabe, a transição socialista não é outra coisa senão o processo pelo qual as relações de produção comunistas se desenvolvem, destruindo e substituindo as relações de produção capitalistas. Este processo, que tem seu início necessariamente com a conquista do poder político pelo proletariado e pelas demais forças sociais revolucionárias (o campesinato, a pequena-burguesia etc.), foi pensado usualmente nos termos da prioridade do desenvolvimento das forças produtivas. A tese da prioridade do desenvolvimento das forças produtivas – bem como seu complemento político necessário no burocratismo – impediu o proletariado de superar as relações de produção burguesas, reproduzindo a divisão do trabalho capitalista e, portanto, a distribuição das funções no processo de trabalho e das formas de controle dos meios de produção. Ela leva, assim, ao bloqueio da socialização dos meios de produção e, com isso, ao bloqueio da própria transição socialista e ao fim da ditadura do proletariado. Este bloqueio, por sua vez, estabelece as condições para o surgimento do revisionismo e as bases para a restauração capitalista, bloqueio que se manifesta inicialmente, a partir do fim dos anos 1950, em uma série de desvios no estilo de trabalho dos quadros do Partido Comunista da China.


Este processo foi analisado detidamente por Mao Tsétung. Daí, pensamos, a grande importância de suas intervenções. Estas intervenções recolocam a problemática da transição socialista e dos modos de exercício da ditadura do proletariado em novos termos, afirmando tendencialmente a prioridade da transformação das relações de produção sobre o desenvolvimento das forças produtivas. Esta é a principal razão pela qual as teses de Mao Tsétung constituem uma referência necessária para toda a teoria e a prática revolucionárias, uma vez que, sem elas, a teoria marxista pode reproduzir os impasses que levam ao bloqueio e à estagnação da transição socialista. A transição socialista é, como se sabe, o objetivo estratégico principal do movimento comunista. Isto quer dizer que é através de análise e da recuperação das teses de Mao que o movimento comunista deve se desenvolver para encarar os desafios da revolução socialista no século XXI.


25 de abril de 1956


[Discurso em uma reunião ampliada do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China. Com base nas lições tiradas da União Soviética, o camarada Mao TséTung resumiu a experiência chinesa, abordou dez grandes relações na revolução e construção socialista e expôs as ideias que fundamentam a linha geral de construção do socialismo com resultados maiores, mais rápidos, melhores e mais econômicos, adaptados às condições do país]


Nos últimos meses, o Bureau Político do Comitê Central ouviu relatórios sobre o trabalho de trinta e quatro departamentos industriais, agrícolas, de transporte, comércio, finanças e outros sob a autoridade central. A partir desses relatórios, foram identificados vários problemas relacionados à construção e à transformação socialista. No total, resumem-se em dez problemas, ou dez grandes relações.


Esses dez problemas são levantados para nos centrarmos numa política básica: mobilizar todos os fatores positivos, internos e externos, a serviço do socialismo. No passado, seguimos essa política para pôr fim ao domínio do imperialismo, do feudalismo e do capitalismo burocrático e vencer a revolução democrática popular. Agora seguimos a mesma política para levar adiante a revolução socialista e construir um país socialista. No entanto, existem problemas em nosso trabalho que precisam ser discutidos. Um ponto que merece atenção especial é o fato de que, na União Soviética, certos defeitos e erros ocorridos na construção do socialismo vieram recentemente à tona. Queremos repetir seus desvios? Foi aprendendo com a experiência deles que evitamos alguns desvios no passado — e agora temos ainda mais motivos para fazê-lo.


Quais são os fatores positivos, internos e externos? Internamente, os operários e camponeses são a força básica. As forças intermediárias podem ser conquistadas. As forças reacionárias são um fator negativo — mas mesmo assim, devemos trabalhar para, tanto quanto possível, transformá-las num fator positivo. No plano internacional, devemos unir todas as forças que possam ser unidas, neutralizar as que não são neutras por meio de nossos esforços e até dividir e utilizar as forças reacionárias. Resumindo: devemos mobilizar todas as forças, diretas e indiretas, para tornar a China um poderoso país socialista.


Agora, vou discutir os dez problemas.


I. A RELAÇÃO ENTRE A INDÚSTRIA PESADA, DE UM LADO, E A INDÚSTRIA LEVE E A AGRICULTURA, DO OUTRO


A ênfase na construção do nosso país está na indústria pesada. A produção de meios de produção deve ter prioridade — isso está decidido. Mas isso definitivamente não significa que a produção dos meios de subsistência, especialmente de grãos, possa ser negligenciada. Sem alimento suficiente e outros produtos básicos, seria impossível garantir as necessidades dos trabalhadores em primeiro e então, que sentido faria falar em desenvolver a indústria pesada?Portanto, a relação entre a indústria pesada, de um lado, e a indústria leve e a agricultura, do outro, deve ser corretamente administrada.


No tratamento dessa relação, não cometemos erros de princípio. Fizemos melhor que a União Soviética e vários países do Leste Europeu. O fato da União Soviética ter demorado muito a recuperar o nível de produção de grãos anterior à Revolução de Outubro, os graves problemas decorrentes do desequilíbrio gritante entre a indústria pesada e a leve em alguns países do Leste Europeu — tais problemas não existem em nosso país. O foco unilateral na indústria pesada, com negligência da agricultura e da indústria leve, gera escassez de bens no mercado e instabilidade da moeda. Nós, ao contrário, damos mais importância à agricultura e à indústria leve. Sempre cuidamos e desenvolvemos a agricultura, garantindo em boa medida o fornecimento de grãos e matérias-primas necessárias para o desenvolvimento industrial. Nossos bens de consumo estão razoavelmente bem abastecidos, e nossos preços e nossa moeda são estáveis.


O problema que enfrentamos agora é continuar ajustando corretamente a proporção de investimentos entre a indústria pesada, de um lado, e a agricultura e a indústria leve, de outro, para desenvolver mais estas últimas.


Isso significa que a indústria pesada deixou de ser prioridade? Não. Ela continua sendo prioritária e ainda concentra a maior parte de nossos investimentos. Mas a proporção destinada à agricultura e à indústria leve precisa ser um pouco aumentada.


Quais serão os resultados desse aumento? Primeiro, as necessidades diárias do povo serão melhor atendidas. Segundo, a acumulação de capital será acelerada, permitindo que desenvolvamos a indústria pesada de maneira maior e melhor. A indústria pesada também pode acumular capital, mas, dadas nossas condições econômicas atuais, a agricultura e a indústria leve conseguem acumular mais e mais rápido.


Aqui surge uma questão: seu desejo de desenvolver a indústria pesada é genuíno ou fingido, forte ou fraco? Se for fingido ou fraco, você vai prejudicar a agricultura e a indústria leve e investir pouco nelas. Se for genuíno e forte, você vai dar importância à agricultura e à indústria leve, garantindo mais grãos, mais matérias-primas e mais acumulação de capital — e, assim, mais fundos para investir futuramente na indústria pesada.


Existem duas abordagens possíveis para desenvolver nossa indústria pesada: uma é desenvolver menos a agricultura e a indústria leve; a outra é desenvolvê-las mais.


No longo prazo, a primeira abordagem levará a um desenvolvimento menor e mais lento da indústria pesada, ou pelo menos a colocará sobre uma base mais fraca. Quando se fizer o balanço geral daqui a algumas décadas, não terá compensado. A segunda abordagem, ao garantir a subsistência do povo, criará uma base mais sólida para o desenvolvimento da indústria pesada e permitirá um crescimento maior e mais rápido.


II. A RELAÇÃO ENTRE A INDÚSTRIA NAS REGIÕES COSTEIRAS E A INDÚSTRIA NO INTERIOR


No passado, nossa indústria estava concentrada nas regiões costeiras. Por regiões costeiras entendemos: Liaoning, Hopei, Pequim, Tientsin, leste de Honan, Shantung, Anhwei, Kiangsu, Xangai, Chekiang, Fukien, Kwangtung e Kwangsi. Cerca de 70% da nossa indústria, tanto leve quanto pesada, está nas regiões costeiras, e apenas 30% no interior. Essa situação irracional é fruto da história. A base industrial costeira deve ser plenamente aproveitada, mas, para equilibrar o desenvolvimento, precisamos estimular a indústria no interior.


Não cometemos grandes erros na gestão dessa relação. No entanto, nos últimos anos, subestimamos a indústria costeira até certo ponto e não demos atenção suficiente ao seu desenvolvimento. Isso precisa mudar.


Até pouco tempo atrás, ainda havia combates na Coreia e a situação internacional era bastante tensa; isso naturalmente afetou nossa atitude em relação à indústria costeira. Hoje, parece improvável que haja uma nova guerra de agressão contra a China ou uma nova guerra mundial nos próximos anos — provavelmente teremos uma década ou mais de paz. Portanto, seria errado não fazer pleno uso da capacidade industrial e da força técnica nas regiões costeiras. Mesmo que tivéssemos apenas cinco anos (quanto mais dez!), deveríamos trabalhar duro para desenvolver a indústria costeira nos primeiros quatro anos e, se a guerra estourasse no quinto, evacuar.


Pelos dados disponíveis, na indústria leve, a construção de uma fábrica e sua acumulação de capital ocorrem de forma bastante rápida. Depois que a fábrica entra em operação, em quatro anos ela pode gerar lucros suficientes para construir três novas fábricas, ou duas, ou uma, ou ao menos meia, além de recuperar o investimento inicial. Por que não fazer um negócio tão lucrativo?


A ideia de que a bomba atômica já está no ar, prestes a cair em segundos, é um cálculo fora da realidade, e seria errado adotar uma postura negativa em relação à indústria costeira com base nisso.


Isso não quer dizer que todas as novas fábricas devam ser construídas nas regiões costeiras. Sem dúvida, a maior parte da nova indústria deve ser instalada no interior, para gradualmente equilibrar a distribuição industrial — o que também ajuda na preparação para a guerra. Mas algumas fábricas e minas novas, inclusive algumas grandes, podem e devem ser construídas nas regiões costeiras. Quanto à expansão e modernização das indústrias leve e pesada já existentes nas regiões costeiras, já fizemos bastante trabalho e faremos muito mais.


Aproveitar bem as velhas indústrias costeiras e expandir suas capacidades nos coloca em melhor posição para apoiar a indústria do interior. Adotar uma postura negativa seria, na prática, frear o crescimento do interior.


Portanto, também aqui se trata de saber se o desejo de desenvolver a indústria no interior é genuíno ou não. Se for genuíno e não fingido, temos que usar e desenvolver ativamente a indústria nas regiões costeiras, especialmente a indústria leve.


III. A RELAÇÃO ENTRE CONSTRUÇÃO ECONÔMICA E CONSTRUÇÃO DE DEFESA


A defesa nacional é indispensável. Nossas capacidades de defesa já atingiram um certo nível. Como resultado da guerra para resistir à agressão dos EUA e ajudar a Coreia, e de vários anos de treinamento e consolidação, nossas forças armadas tornaram-se mais poderosas, estando agora mais fortes do que o Exército Vermelho Soviético antes da Segunda Guerra Mundial; também houve melhorias nos armamentos. Nossa indústria de defesa está sendo construída.


Desde que Pan Ku separou o céu da terra nós nunca fomos capazes de fabricar aviões e automóveis, e agora estamos começando a fabricá-los. Ainda não temos a bomba atômica. Mas também não tínhamos aviões e artilharia no passado. Derrotamos os imperialistas japoneses e Chiang Kai-shek com milho e rifles. Somos mais fortes do que antes e seremos ainda mais fortes no futuro. Teremos não apenas mais aviões e artilharia, mas também bombas atômicas. Se quisermos deixar de ser intimidados no mundo de hoje, não podemos ficar sem a bomba. Então, o que fazer a respeito? Um caminho confiável é reduzir as despesas militares e administrativas a proporções adequadas e aumentar os gastos com a construção econômica. Somente com o crescimento mais rápido da construção econômica pode haver maior progresso na construção da defesa.


Na Terceira Sessão Plenária do Sétimo Comitê Central do nosso Partido, em 1950, já havíamos levantado a questão de simplificar o aparato estatal e reduzir as despesas militares e administrativas, considerando essa medida como uma das três condições prévias para alcançar uma virada fundamental na nossa situação financeira e econômica. Durante o período do Primeiro Plano Quinquenal, as despesas militares e administrativas representaram 30% do total das despesas do orçamento estatal. Essa proporção é alta demais. No período do Segundo Plano Quinquenal, devemos reduzi-la para cerca de 20%, para que mais fundos possam ser liberados para construir mais fábricas e produzir mais máquinas. Depois de algum tempo, não apenas teremos aviões e artilharia em abundância, como provavelmente também teremos nossas próprias bombas atômicas.


Aqui surge novamente a questão: o desejo pela bomba atômica é genuíno e muito intenso? Ou é apenas morno e não tão intenso assim? Se o desejo for genuíno e muito intenso, vocês reduzirão a proporção de gastos militares e administrativos e investirão mais na construção econômica. Se o desejo não for genuíno ou não for tão intenso, vocês continuarão no mesmo velho caminho. Esta é uma questão de política estratégica, e espero que a Comissão Militar a discuta.


Seria correto desmobilizar todas as nossas tropas agora? Não, não seria. Porque os inimigos ainda estão por aí, e estamos sendo intimidados e cercados por eles. Precisamos fortalecer nossa defesa nacional e, para isso, antes de tudo, precisamos fortalecer o trabalho de construção econômica.


IV. A RELAÇÃO ENTRE O ESTADO, AS UNIDADES DE PRODUÇÃO E OS PRODUTORES


A relação entre o Estado, de um lado, e as fábricas e cooperativas agrícolas, de outro, assim como a relação entre as fábricas e cooperativas agrícolas, de um lado, e os produtores, de outro, deve ser bem administrada. Para isso, devemos considerar não apenas um lado, mas os três: o Estado, o coletivo e o indivíduo — ou, como costumávamos dizer, "levar em conta tanto o exército quanto o povo" e "levar em conta tanto o interesse público quanto o privado". Tendo em vista a experiência da União Soviética e a nossa própria, devemos assegurar que, de agora em diante, essa questão seja resolvida de forma muito melhor. Tomemos os operários como exemplo. À medida que a produtividade do seu trabalho aumenta, deve haver uma melhora gradual nas condições de trabalho e no bem-estar coletivo. Sempre defendemos a vida simples e o trabalho árduo e nos opusemos a colocar os benefícios materiais pessoais acima de tudo; ao mesmo tempo, sempre defendemos a preocupação com a subsistência das massas e nos opusemos à burocracia, que é indiferente ao seu bem-estar. Com o crescimento da nossa economia como um todo, os salários devem ser ajustados de forma apropriada. Decidimos recentemente aumentar os salários em certa medida, principalmente os salários dos níveis mais baixos, os salários dos operários, a fim de reduzir a diferença salarial entre eles e os níveis superiores. De modo geral, nossos salários não são altos, mas, em comparação com o passado, a vida dos nossos operários melhorou muito porque, entre outras razões, mais pessoas estão empregadas e os preços permanecem baixos e estáveis.


Sob o regime do proletariado, nossos operários sempre demonstraram alta consciência política e entusiasmo pelo trabalho. Quando, no final do ano passado, o Comitê Central convocou a luta contra o conservadorismo direitista, as massas operárias responderam calorosamente e, o que foi excepcional, superaram o plano do primeiro trimestre do ano ao se dedicarem totalmente ao trabalho durante três meses. Devemos nos esforçar para estimular esse zelo pelo trabalho árduo e, ao mesmo tempo, dar ainda mais atenção à solução dos problemas mais prementes no trabalho e na vida cotidiana dos operários.


Gostaria agora de tocar na questão da independência das fábricas sob uma liderança unificada. Não é correto, creio eu, colocar tudo nas mãos das autoridades centrais ou das autoridades provinciais e municipais, sem deixar às fábricas qualquer poder próprio, qualquer margem de ação independente, quaisquer benefícios. Não temos muita experiência em como compartilhar adequadamente o poder e os lucros entre as autoridades centrais, as provinciais e municipais, e as fábricas, e devemos estudar essa questão.


Como princípio, centralização e independência formam uma unidade de contrários, e é necessário haver tanto centralização quanto independência. Por exemplo, agora estamos em reunião, o que é centralização; depois da reunião, alguns de nós irão passear, outros irão ler livros, outros irão comer, o que é independência. Se não encerrarmos a reunião para dar a cada um alguma independência, e a deixarmos continuar indefinidamente, isso não seria a nossa morte? Isso é verdadeiro para os indivíduos e não é menos verdadeiro para as fábricas e outras unidades de produção. Cada unidade de produção deve desfrutar de independência como complemento da centralização, se quiser desenvolver-se de forma mais vigorosa.


Agora, sobre os camponeses. Nossas relações com os camponeses sempre foram boas, mas cometemos um erro na questão dos grãos. Em 1954, inundações causaram uma queda na produção em algumas partes do nosso país, e, mesmo assim, compramos 7 bilhões de catties [1] de grão a mais. Uma queda na produção e um aumento nas compras — isso fez com que o grão se tornasse tema de quase todas as conversas em muitos lugares na primavera passada, e quase toda casa falava sobre o monopólio estatal na comercialização do grão. Os camponeses ficaram descontentes, e houve muitas reclamações tanto dentro quanto fora do Partido. Embora muita gente tenha exagerado de propósito e aproveitado a oportunidade para nos atacar, não se pode dizer que não tenhamos tido falhas. Investigação inadequada e incapacidade de avaliar corretamente a situação resultaram na compra de 7 bilhões de catties a mais; isso foi uma falha. Após descobrir o erro, em 1955 compramos 7 bilhões de catties a menos e introduzimos um sistema de cotas fixas para a produção, compra e comercialização do grão, além de termos tido uma boa colheita. Com a redução das compras e o aumento da produção, os camponeses ficaram com mais de 20 bilhões de catties


Assim, até os camponeses que antes reclamavam disseram: "O Partido Comunista é realmente bom." Toda a experiência deve ser gravada na memória de todo o Partido.


A União Soviética adotou medidas que apertam os camponeses até não poder mais. Eles tomam demais dos camponeses a preços muito baixos, usando esse sistema de chamadas “vendas obrigatórias” [2] e outros métodos. Esse jeito de acumular capital acabou matando o entusiasmo dos camponeses pela produção. Quer que a galinha bote mais ovos, mas não a alimenta; quer que o cavalo corra, mas não o deixa pastar. Que lógica é essa?


Nossa política para os camponeses é diferente: levamos em conta tanto os interesses do Estado quanto dos próprios camponeses. Nosso imposto agrícola sempre foi relativamente baixo. No câmbio entre produtos industriais e agrícolas, seguimos a política de reduzir a “tesoura de preços”, trocando valores iguais ou quase iguais. O Estado compra produtos agrícolas a preços tabelados, sem prejuízo para o camponês — e mais, estamos aumentando esses preços aos poucos. Na venda de produtos industriais aos camponeses, nossa política é vender mais com pouco lucro, estabilizar ou até reduzir os preços; e nas áreas carentes de grãos, geralmente subsidiamos as vendas.


Ainda assim, nos descuidarmos, erros vão acontecer. Vendo o tamanho dos erros que a União Soviética cometeu nessa área, temos que redobrar o cuidado e administrar bem a relação entre o Estado e os camponeses.


O mesmo vale para a relação entre as cooperativas e os camponeses. A divisão dos ganhos — o que vai para o Estado, para a cooperativa e para o camponês — precisa ser pensada direito. A parte da cooperativa serve diretamente aos camponeses: despesas de produção são óbvias, despesas de gestão também são necessárias, o fundo de acumulação é para expandir a produção, e o fundo de bem-estar público é para o benefício direto dos camponeses. Mas, junto com os próprios camponeses, precisamos acertar essas proporções de maneira justa. E temos que apertar os cintos nos gastos de produção e gestão. Os fundos de acumulação e de bem-estar também precisam ter limites. Não podemos querer resolver tudo num único ano.


Salvo desastres naturais graves, temos que garantir que, com o aumento da produção agrícola, 90% dos membros da cooperativa tenham aumento de renda a cada ano, e que os 10% restantes, no mínimo, fiquem no zero a zero — se alguém tiver queda de renda, o problema tem que ser resolvido rápido.


Resumindo: sempre é necessário levar em conta os dois lados, nunca só um. Seja Estado e fábrica, Estado e operário, fábrica e operário, Estado e cooperativa, Estado e camponês, ou cooperativa e camponês. Se você pensa só de um lado, não importa qual, está fazendo mal ao socialismo e à ditadura do proletariado. Isso é um grande problema que envolve 600 milhões de pessoas — e exige educação constante do Partido inteiro e de toda a nação.


V. A RELAÇÃO ENTRE AS AUTORIDADES CENTRAIS E LOCAIS


A relação entre as autoridades centrais e locais é mais uma contradição. Para resolvê-la, agora precisamos focar em ampliar até certo ponto os poderes das autoridades locais, dar a elas mais autonomia e deixá-las fazer mais coisas — mas sem perder de vista que a liderança unificada das autoridades centrais precisa ser fortalecida. Isso vai nos ajudar na tarefa de construir um país socialista poderoso.


Nosso território é imenso, nossa população é gigantesca, as condições são bastante complicadas — seria burrice depender só da iniciativa central. É muito melhor que ela venha tanto do centro quanto das localidades. Não devemos copiar a União Soviética, que concentrou tudo nas mãos da direção central, amarrou as autoridades locais e tirou delas o direito de agir por conta própria.


O governo central quer desenvolver a indústria — as autoridades locais também querem. Mesmo as indústrias que estão sob controle direto do centro precisam da ajuda local. Ainda mais a agricultura e comércio. Resumindo: se quisermos impulsionar a construção socialista, temos que pôr em movimento a iniciativa dos governos locais. E, para fortalecer o centro, temos que levar em conta os interesses das localidades.


Hoje em dia, dezenas de mãos estão se metendo nas localidades e dificultando as coisas para elas. Uma vez que um ministério é criado, ele quer fazer a revolução e então começa a dar ordens. Como os ministérios não acham adequado dar ordens diretas para os comitês do Partido e para os conselhos populares das províncias, entram em contato direto com os departamentos e secretarias municipais e estaduais, mandando instruções todos os dias. Essas ordens vêm supostamente das autoridades centrais, mesmo que nem o Comitê Central do Partido nem o Conselho de Estado saibam qualquer coisa sobre isso, e colocam uma grande sobrecarga nas autoridades locais. A quantidade de formulários estatísticos, então, virou uma praga. Isso precisa mudar.


Temos que incentivar o estilo de trabalho em que as autoridades locais são consultadas sobre as decisões a serem tomadas. A prática do Comitê Central do Partido é consultar as autoridades locais; ele nunca dá ordens apressadas sem consulta anterior. Esperamos que os ministérios e departamentos sob as autoridades centrais darão a atenção devida a isso e irão antes consultar as localidades em todas as questões que dizem respeito a elas e não emitirão ordens sem consulta anterior.


Os departamentos centrais se dividem em duas categorias. Os da primeira categoria exercem liderança até o nível da empresa, mas seus escritórios administrativos e empresas locais devem ser supervisionadas também pelas autoridades locais. Os da segunda categoria têm a tarefa de definir princípios orientadores e planejar o trabalho, enquanto as autoridades locais assumem a responsabilidade de coloca-los em operação.


Para um país grande como o nosso e um Partido grande como o nosso, o manejo correto da relação entre as autoridades centrais e locais é de importância vital. Alguns países capitalistas também prestam muita atenção a isso. Embora seu sistema social seja fundamentalmente diferente do nosso, a experiência de seu desenvolvimento, ainda assim, deve ser estudada. Tomemos nossa própria experiência: o sistema das grandes áreas administrativas instituído nos primeiros dias da nossa República Popular foi uma necessidade naquele momento, e mesmo assim tinha deficiências que foram mais tarde exploradas, até certo ponto, pela aliança antipartido de Kao Kang e Jao Shu-shih. Posteriormente, decidiu-se abolir as grandes áreas administrativas e colocar as diversas províncias diretamente sob as autoridades centrais; essa foi uma decisão correta. Mas o resultado também não foi satisfatório quando se chegou ao ponto de privar as localidades de sua independência necessária. De acordo com nossa Constituição, todos os poderes legislativos estão investidos nas autoridades centrais. Mas, desde que as políticas das autoridades centrais não sejam violadas, as autoridades locais podem elaborar regras, regulamentos e medidas à luz de suas condições específicas e das necessidades de seu trabalho, e isso de forma alguma é proibido pela Constituição. Queremos tanto a unidade quanto a particularidade. Para construir um país socialista forte, é imperativo ter uma liderança central forte e unificada, com planejamento e disciplina unificados em todo o país; a ruptura dessa unidade indispensável é inadmissível. Ao mesmo tempo, é essencial estimular plenamente a iniciativa das autoridades locais e permitir que cada localidade desfrute da particularidade adequada às suas condições locais. Essa particularidade não é o tipo de particularidade de Kao Kang, mas uma que é necessária para o interesse do todo e para o fortalecimento da unidade nacional.


Existe também a relação entre diferentes autoridades locais, e aqui me refiro principalmente à relação entre as autoridades locais superiores e inferiores. Já que as províncias e os municípios têm suas queixas quanto aos departamentos centrais, será que os distritos, condados, subdistritos e comunas não têm queixas em relação às províncias e municípios? As autoridades centrais devem cuidar para dar espaço à iniciativa das províncias e municípios, e estes, por sua vez, devem fazer o mesmo em relação aos distritos, condados, subdistritos e comunas; em nenhum dos casos os níveis inferiores devem ser colocados numa camisa de força. É claro que os camaradas nos níveis inferiores devem ser informados dos assuntos nos quais a centralização é necessária, e não devem agir como bem entenderem. Em resumo, a centralização deve ser aplicada onde for possível e necessária; caso contrário, não deve ser imposta de modo algum. As províncias e municípios, distritos, condados, subdistritos e comunas devem todos desfrutar de sua devida independência e direitos e devem lutar por eles. Lutar por tais direitos no interesse de toda a nação, e não de uma localidade, não pode ser chamado de localismo ou de afirmação indevida de independência.


A relação entre diferentes províncias e municípios também é uma espécie de relação entre diferentes autoridades locais, e também deve ser bem tratada. É nosso princípio constante defender a consideração pelo interesse geral, a ajuda mútua e o espírito de conciliação.


Nossa experiência ainda é insuficiente e imatura quanto à questão de lidar com a relação entre as autoridades centrais e locais, bem como entre diferentes autoridades locais. Esperamos que vocês a considerem e debatam com seriedade, e que resumam suas experiências de tempos em tempos, a fim de aumentar os êxitos e superar as deficiências.


VI. A RELAÇÃO ENTRE A NACIONALIDADE HAN E AS NACIONALIDADES MINORITÁRIAS


Comparativamente, nossa política quanto à relação entre a nacionalidade Han e as nacionalidades minoritárias é sólida e conquistou o apreço das nacionalidades minoritárias. Colocamos a ênfase em nos opor ao chauvinismo Han. O chauvinismo das nacionalidades locais também deve ser combatido, mas, em geral, não é aí que colocamos nossa ênfase.


A população das nacionalidades minoritárias em nosso país é pequena, mas a área que habitam é extensa. O povo Han representa 94% da população total, uma maioria esmagadora. Se praticassem o chauvinismo Han e discriminassem os povos minoritários, isso seria muito ruim. E quem possui mais terra? As nacionalidades minoritárias, que ocupam de 50 a 60% do território. Dizemos que a China é um país vasto em território, rico em recursos e com uma população numerosa; na realidade, é a nacionalidade Han que tem população numerosa, e as nacionalidades minoritárias que têm território vasto e recursos abundantes — ou, ao menos, é muito provável que os recursos no subsolo em suas regiões sejam abundantes.


As nacionalidades minoritárias contribuíram todas para a formação da história da China. A enorme população Han é resultado da miscigenação de muitas nacionalidades ao longo do tempo. Ao longo dos séculos, os governantes reacionários — em sua maioria oriundos da nacionalidade Han — semearam sentimentos de distanciamento entre nossas diversas nacionalidades e oprimiram os povos minoritários. Mesmo entre o povo trabalhador, não é fácil eliminar os efeitos resultantes disso em pouco tempo. Por isso, temos que realizar esforços amplos e persistentes para educar tanto os quadros como as massas em nossa política proletária sobre as nacionalidades e devemos fazer questão de revisar frequentemente a relação entre a nacionalidade Han e as nacionalidades minoritárias. Uma dessas revisões foi feita dois anos atrás, e outra deveria ser feita agora. Se a relação for considerada anormal, então devemos tratá-la com seriedade — e não apenas com palavras.


Precisamos estudar a fundo quais sistemas de gestão econômica e financeira são mais adequados às áreas das nacionalidades minoritárias.


Devemos ajudar sincera e ativamente as nacionalidades minoritárias a desenvolverem sua economia e sua cultura. Na União Soviética, a relação entre a nacionalidade russa e as nacionalidades minoritárias é muito anormal; devemos tirar lições disso. O ar da atmosfera, as florestas da terra e as riquezas do subsolo são todos fatores importantes para a construção do socialismo, mas nenhum fator material pode ser explorado e utilizado sem o fator humano. Precisamos cultivar boas relações entre a nacionalidade Han e as nacionalidades minoritárias e fortalecer a unidade de todas as nacionalidades no esforço comum de construir nossa grande pátria socialista.


VII. A RELAÇÃO ENTRE O PARTIDO E O NÃO-PARTIDO


O que é melhor: ter apenas um partido ou vários? Como vemos agora, talvez seja melhor ter vários partidos. Isso foi verdadeiro no passado e pode muito bem continuar a sê-lo no futuro; significa coexistência de longo prazo e supervisão mútua.


Em nosso país, os diversos partidos democráticos, compostos principalmente pela burguesia nacional e seus intelectuais, surgiram durante a resistência ao Japão e a luta contra Chiang Kai-shek, e continuam a existir até hoje. Nesse aspecto, a China é diferente da União Soviética. Deliberadamente permitimos que os partidos democráticos permanecessem, dando-lhes oportunidades de expressar suas opiniões e adotando uma política de unidade e luta em relação a eles. Nos unimos com todas as figuras democráticas que nos oferecem críticas bem-intencionadas. Devemos continuar a estimular o entusiasmo de pessoas patrióticas do exército e governo do Kuomintang, como Wei Li-huang e Weng Wen-hao. Devemos até prever espaço para tipos abusivos como Lung Yun, Liang Shu-ming e Peng Yi-hu, permitindo que nos ataquem, ao mesmo tempo em que refutamos suas bobagens e aceitamos o que houver de sensato em suas críticas. Isso é melhor para o Partido, para o povo e para o socialismo.


Como as classes e a luta de classes ainda existem na China, inevitavelmente haverá oposição de uma forma ou de outra. Embora todos os partidos democráticos e democratas sem filiação partidária tenham declarado aceitar a liderança do Partido Comunista Chinês, muitos deles, na prática, estão na oposição em graus variados. Em questões como "levar a revolução até o fim", o movimento contra a agressão dos EUA e em apoio à Coreia, e a reforma agrária, foram contra nós e ao mesmo tempo não foram contra nós. Até hoje, têm reservas quanto à repressão dos contrarrevolucionários. Não queriam uma constituição de tipo socialista, pois, segundo eles, o Programa Comum já era perfeito — e, no entanto, quando o Projeto de Constituição foi apresentado, todos levantaram a mão a favor. As coisas muitas vezes se transformam em seus opostos, e isso também se aplica à atitude dos partidos democráticos em muitas questões. Eles estão na oposição, e ao mesmo tempo não estão; frequentemente passam de estar na oposição a não estar.


O Partido Comunista e os partidos democráticos são todos produtos da história. O que surge na história desaparece na história. Portanto, o Partido Comunista desaparecerá um dia, e os partidos democráticos também. Esse desaparecimento é algo desagradável? Em minha opinião, será muito agradável. Acho ótimo que um dia possamos abolir o Partido Comunista e a ditadura do proletariado. Nossa tarefa é acelerar sua extinção. Já falamos sobre esse ponto muitas vezes.


Mas, no momento, não podemos prescindir do partido proletário nem da ditadura do proletariado — e, mais do que isso, é imperativo torná-los ainda mais fortes. Caso contrário, não seríamos capazes de reprimir os contrarrevolucionários, resistir aos imperialistas e construir o socialismo, nem de consolidá-lo uma vez construído. A teoria de Lênin sobre o partido proletário e a ditadura do proletariado está longe de ser "ultrapassada", como alegam certos indivíduos. A ditadura do proletariado não pode deixar de ser altamente coercitiva. Ainda assim, devemos nos opor à burocracia e ao aparato inchado. Proponho que os órgãos do Partido e do governo sejam completamente enxugados e reduzidos em dois terços — contanto que ninguém morra e nenhum trabalho pare.


No entanto, enxugar os órgãos do Partido e do governo não significa eliminar os partidos democráticos. Sugiro que se dê atenção ao nosso trabalho de frente única para melhorar nossas relações com eles e fazer todo o possível para mobilizar seu entusiasmo pela causa do socialismo.


VIII. A RELAÇÃO ENTRE REVOLUÇÃO E CONTRARREVOLUÇÃO


Que tipo de fator são os contrarrevolucionários? São um fator negativo, um fator destrutivo, forças opostas aos fatores positivos. É possível que contrarrevolucionários mudem? Os casos irrecuperáveis, sem dúvida, jamais mudarão. No entanto, dadas as condições em nosso país, a maioria dos contrarrevolucionários acabará por mudar em maior ou menor grau. Graças à política correta que adotamos, muitos foram transformados em pessoas que já não se opõem à revolução, e alguns até realizaram coisas boas.


Devem ser afirmados os seguintes pontos:


Primeiro, deve-se afirmar que a repressão aos contrarrevolucionários em 1951-1952 foi necessária. Há quem diga que essa campanha não precisava ter sido lançada. Essa opinião está errada.


Os contrarrevolucionários podem ser tratados das seguintes formas: execução, prisão, supervisão e permanência em liberdade. Execução — todos sabem o que isso significa. Por prisão entende-se colocar os contrarrevolucionários na cadeia e reformá-los por meio do trabalho. Por supervisão entende-se deixá-los na sociedade para serem reformados sob a supervisão das massas. Por permanência em liberdade, entende-se que, em casos-limite sobre a necessidade de prisão, geralmente não se realiza a detenção, ou então os presos são libertados por bom comportamento. É essencial que diferentes contrarrevolucionários sejam tratados de maneira distinta, conforme os méritos de cada caso.


Vejamos agora a questão da execução em particular. De fato, executamos várias pessoas durante a campanha supracitada para suprimir os contrarrevolucionários. Mas que tipo de pessoas eram essas? Eram contrarrevolucionários com muitas dívidas de sangue perante as massas e que eram odiados profundamente. Em uma grande revolução envolvendo 600 milhões de pessoas, as massas não teriam conseguido se levantar se não tivéssemos eliminado tiranetes locais como o “Tirano do Leste” e o “Tirano do Oeste”. Se não fosse por aquela campanha de repressão, o povo não aprovaria nossa política atual de clemência. Agora que alguns ouviram que Stalin mandou matar pessoas injustamente, tiram a conclusão precipitada de que também erramos ao executar contrarrevolucionários. Essa visão está errada. É de grande importância afirmar hoje que foi absolutamente correto executar aqueles contrarrevolucionários.


Segundo, deve-se afirmar que contrarrevolucionários ainda existem, embora seu número tenha diminuído muito. Após o caso de Hu Feng vir à tona, foi necessário rastrear os contrarrevolucionários. O esforço para limpar os que ainda estão escondidos deve continuar. Deve-se afirmar que ainda existe um pequeno número de contrarrevolucionários praticando sabotagens diversas. Por exemplo: matam gado, incendeiam celeiros, destroem fábricas, roubam informações e colam cartazes reacionários. Portanto, é errado dizer que os contrarrevolucionários foram completamente eliminados e que podemos dormir tranquilos. Enquanto houver luta de classes na China e no mundo, jamais devemos relaxar nossa vigilância. No entanto, também é errado afirmar que ainda existem grandes números de contrarrevolucionários.


Terceiro, de agora em diante, deve haver menos prisões e execuções na repressão aos contrarrevolucionários na sociedade em geral. São inimigos imediatos e mortais do povo e são profundamente odiados, e por isso um pequeno número deve ser executado. Mas a maioria deve ser entregue às cooperativas agrícolas, para trabalhar sob sua supervisão e ser reformada através do trabalho. Ainda assim, não podemos anunciar que não haverá mais execuções, e não devemos abolir a pena de morte.


Quarto, ao eliminar contrarrevolucionários dos órgãos do Partido e do governo, escolas e unidades do Exército, devemos manter a política iniciada em Yan'an de não matar ninguém e prender poucos. Contrarrevolucionários comprovados devem ser avaliados pelas organizações competentes, mas não devem ser presos pela polícia, processados pelo Ministério Público ou julgados pelos tribunais. Mais de noventa em cada cem desses contrarrevolucionários devem ser tratados dessa forma. É isso que queremos dizer com “prender poucos”. Quanto às execuções: não matar nenhum.


Que tipo de pessoa não executamos? Não executamos pessoas como Hu Feng, Pan Hannian, Jao Shushi, ou mesmo criminosos de guerra capturados como o imperador Pu Yi e Kang Ze. Não os executamos, não porque seus crimes não mereçam pena capital, mas porque essas execuções não trariam nenhuma vantagem. Se um desses criminosos for executado, um segundo e um terceiro serão comparados a ele, e então muitas cabeças começarão a rolar. Esse é o primeiro ponto. Segundo, pode-se executar alguém injustamente. Uma vez que uma cabeça é cortada, a história mostra que não pode ser restaurada — ela não cresce de novo como cebolinha. Se você cortar uma cabeça por engano, não há como corrigir esse erro, mesmo que queira. Terceiro, você terá destruído uma fonte de provas. É preciso ter provas para reprimir contrarrevolucionários. Muitas vezes um contrarrevolucionário serve de testemunha viva contra outro, e haverá casos em que se desejará consultá-lo. Se ele for eliminado, talvez você não consiga mais as provas necessárias. Isso beneficiará a contrarrevolução, não a revolução. Quarto, matar esses contrarrevolucionários não vai (1) aumentar a produção, (2) elevar o nível científico do país, (3) ajudar a eliminar as quatro pragas, (4) fortalecer a defesa nacional, nem (5) recuperar Taiwan. Só servirá para ganhar a fama de quem mata prisioneiros — e matar prisioneiros sempre dá má reputação. Outro ponto é que os contrarrevolucionários dentro dos órgãos do Partido e do governo são diferentes daqueles da sociedade em geral. Estes últimos oprimem diretamente as massas, enquanto os primeiros estão mais distantes delas, e por isso fazem inimigos em geral, mas raramente em particular. Que mal há em não matar nenhum deles? Os fisicamente aptos para o trabalho manual devem ser reformados pelo trabalho; os que não são, devem ser sustentados. Contrarrevolucionários são lixo, são parasitas, mas uma vez em suas mãos, é possível fazê-los prestar algum tipo de serviço ao povo.


Mas devemos criar uma lei estipulando que nenhum contrarrevolucionário nos órgãos do Partido e do governo será executado? O que temos é uma política interna, que não precisa ser tornada pública — basta que seja aplicada o quanto possível na prática. Suponha que alguém jogue uma bomba neste prédio, matando todos aqui, ou metade, ou um terço das pessoas presentes — o que vocês diriam: executamos ou não executamos? Certamente deve ser executado.


Adotar a política de não matar ninguém ao eliminar contrarrevolucionários dos órgãos do Partido e do governo não nos impede de ser severos com eles. Ao contrário, serve como salvaguarda contra erros irreparáveis e, se erros forem cometidos, dá-nos a oportunidade de corrigi-los. Assim, muitas pessoas se sentirão mais seguras e evitar-se-á a desconfiança entre camaradas dentro do Partido. Se os contrarrevolucionários não forem executados, precisarão ser alimentados. Todos os contrarrevolucionários devem ter a chance de ganhar a vida e começar de novo. Isso será bom para a causa do povo e bem recebido no exterior.


A repressão aos contrarrevolucionários ainda exige muito esforço. Não devemos relaxar. No futuro, não só deve continuar a repressão na sociedade em geral, como também devemos descobrir todos os contrarrevolucionários ocultos nos órgãos do Partido e do governo, nas escolas e nas unidades do Exército. Devemos traçar uma linha clara entre nós e o inimigo. Se o inimigo for autorizado a infiltrar-se em nossas fileiras, inclusive em nossos órgãos de liderança, sabemos muito bem o quão grave ameaça isso representa para a causa do socialismo e para a ditadura do proletariado.


IX. A RELAÇÃO ENTRE O CERTO E O ERRADO


Deve-se fazer uma distinção clara entre o certo e o errado, tanto dentro como fora do Partido. Como lidar com pessoas que cometeram erros é uma questão importante. A atitude correta em relação a elas deve ser a de adotar a política de "aprender com os erros do passado para evitar erros futuros e tratar a doença para salvar o paciente", ajudá-las a corrigir seus erros e permitir que continuem participando da revolução. Naqueles tempos em que os dogmáticos liderados por Wang Ming estavam no comando, nosso Partido errou nessa questão, adotando o aspecto negativo do estilo de trabalho de Stálin. Na sociedade, os dogmáticos rejeitavam as forças intermediárias, e dentro do Partido não permitiam que as pessoas corrigissem seus erros; barravam ambos da revolução.


A verdadeira história de Ah Q é um ótimo conto. Recomendo aos camaradas que já o leram que o releiam, e àqueles que não o leram que o leiam com atenção. Nesse conto, Lu Hsun escreve principalmente sobre um camponês atrasado e politicamente não desperto. Ele dedica um capítulo inteiro, “Barrado da Revolução”, para descrever como um falso diabo estrangeiro barra Ah Q da revolução. Na verdade, tudo o que Ah Q entende por revolução é se apropriar de algumas coisas, como outros fazem. Mas nem mesmo esse tipo de revolução lhe é permitido pelo falso diabo estrangeiro. A mim me parece que, nesse aspecto, algumas pessoas se assemelham bastante a esse falso diabo estrangeiro. Eles barraram da revolução aqueles que cometeram erros, sem distinguir entre cometer erros e ser contrarrevolucionário, chegando ao ponto de matar várias pessoas culpadas apenas de equívocos. Devemos guardar bem essa lição. É errado tanto barrar da revolução pessoas de fora do Partido quanto proibir camaradas que erraram dentro do Partido de se redimirem.


Com relação aos camaradas que erraram, alguns dizem que devemos observá-los e ver se vão corrigir seus erros. Eu diria que apenas observá-los não basta, devemos ajudá-los a corrigir seus erros. Ou seja, primeiro devemos observar, e segundo, devemos ajudar. Todos precisam de ajuda; os que não erraram precisam, e os que erraram precisam ainda mais. Provavelmente ninguém está livre de erros, apenas alguns erram mais e outros menos, e quando erram, precisam de ajuda. Apenas observar é passivo; é preciso criar condições para que aqueles que erraram possam se corrigir. Deve-se fazer uma distinção clara entre o certo e o errado, pois as controvérsias internas no Partido sobre princípios refletem, dentro do Partido, a luta de classes na sociedade, e nenhuma ambiguidade deve ser tolerada. É normal, de acordo com os méritos do caso, aplicar críticas apropriadas e fundamentadas aos camaradas que erraram, e até conduzir a necessária luta contra eles; isso é ajudá-los a corrigir seus erros. Negar-lhes ajuda e, pior ainda, regozijar-se com seus erros, é sectarismo.


Para a revolução, é sempre melhor ter mais pessoas. Exceto por uns poucos que se apegam aos erros e não se corrigem após repetidas advertências, a maioria dos que erraram pode corrigir seus erros. Pessoas que tiveram febre tifoide tornam-se imunes a ela; da mesma forma, pessoas que cometeram erros cometerão menos, desde que saibam aprender as lições. Por outro lado, como é mais fácil para os que não erraram se tornarem presunçosos, estão propensos a cometer erros. Cuidemo-nos, pois os que se fixam em acusar os outros de errar, muitas vezes acabam se encontrando em apuros. Kao Kang começou levantando uma pedra para jogá-la nos outros e acabou sendo atingido por ela. Tratar com boa vontade aqueles que erraram gera aprovação geral e une as pessoas. Uma atitude de ajuda ou de hostilidade em relação aos camaradas que erraram — isso é um critério para julgar se alguém tem boas ou más intenções.


A política de “aprender com os erros do passado para evitar erros futuros e tratar a doença para salvar o paciente” é uma política para unir todo o Partido. Devemos manter essa política.


X. A RELAÇÃO ENTRE A CHINA E OUTROS PAÍSES


Lançamos o slogan de aprender com outros países. Acho que fizemos bem. Atualmente, os dirigentes de alguns países são cautelosos e até têm medo de levantar esse slogan. É preciso certa coragem para isso, pois é necessário abandonar as pretensões teatrais.


É preciso admitir que toda nação tem seus pontos fortes. Caso contrário, como poderia sobreviver? Como poderia progredir? Por outro lado, toda nação tem seus pontos fracos. Alguns acreditam que o socialismo é perfeito, sem um único defeito. Como isso poderia ser verdade? Deve-se reconhecer que sempre há dois aspectos: os pontos fortes e os fracos. Os secretários das células do nosso Partido, os comandantes de companhia e os líderes de pelotão do nosso exército aprenderam a anotar ambos os aspectos em seus caderninhos de bolso — os fracos tanto quanto os fortes — ao resumirem suas experiências. Todos eles sabem que tudo tem dois aspectos, por que então mencionamos só um? Sempre haverá dois aspectos, mesmo daqui a dez mil anos. Cada época, seja presente ou futura, tem seus dois aspectos, e cada indivíduo tem os seus. Em suma, existem dois aspectos, não apenas um. Dizer que há apenas um é conhecer um lado e ignorar o outro.


Nossa política é aprender os pontos fortes de todas as nações e todos os países, aprender tudo o que é genuinamente bom nos campos político, econômico, científico e tecnológico, assim como na literatura e nas artes. Mas devemos aprender com um olhar analítico e crítico, não cegamente, e não devemos copiar tudo indiscriminadamente nem transplantar mecanicamente. Naturalmente, não devemos recolher seus defeitos e pontos fracos.


Devemos adotar a mesma atitude ao aprender com a experiência da União Soviética e de outros países socialistas. Alguns de nossos compatriotas não tinham clareza sobre isso antes e até acabaram adotando os pontos fracos. Enquanto se orgulhavam do que tinham absorvido, aquilo já estava sendo descartado nesses países; como resultado, tiveram que dar uma cambalhota como o Macaco Sun Wu-kung. Por exemplo, houve quem nos acusasse de cometer um erro de princípio ao criarmos um Ministério da Cultura e uma Direção de Cinematografia, em vez de um Ministério da Cinematografia e uma Direção de Cultura, como era o caso na União Soviética. Não previram que logo depois a União Soviética mudaria e criaria também um Ministério da Cultura, como nós fizemos. Há quem nunca se dê ao trabalho de analisar; simplesmente segue o "vento". Hoje, quando sopra o vento norte, juntam-se à escola do "vento norte"; amanhã, com o vento oeste, aderem à escola do "vento oeste"; depois, quando o vento norte volta a soprar, voltam à escola do "vento norte". Não têm opinião própria e frequentemente vão de um extremo ao outro.


Na União Soviética, os que antes exaltavam Stalin aos céus agora, de um só golpe, o lançaram ao purgatório. Aqui na China, há quem siga seu exemplo. O Comitê Central considera que os erros de Stalin corresponderam a apenas 30% do todo, e seus acertos a 70%, e que, considerando tudo, Stalin foi ainda assim um grande marxista. Escrevemos "Sobre a Experiência Histórica da Ditadura do Proletariado" com base nessa avaliação. Essa proporção de 30% de erros e 70% de acertos está, grosso modo, correta. Stalin cometeu alguns erros em relação à China. O aventureirismo "de esquerda" promovido por Wang Ming na fase final da Segunda Guerra Civil Revolucionária e seu oportunismo de direita nos primeiros dias da Guerra de Resistência contra o Japão podem ambos ser atribuídos a Stalin. Na época da Guerra de Libertação, Stalin primeiro nos exortou a não levar a revolução adiante, alegando que, se a guerra civil irrompesse, a nação chinesa correria o risco de autodestruição. Depois, quando o conflito estourou, levou-nos meio a sério, meio com ceticismo. Quando vencemos a guerra, Stalin suspeitou que nossa vitória era do tipo Tito, e entre 1949 e 1950 a pressão sobre nós foi realmente forte. Mesmo assim, mantemos a avaliação de 30% de erros e 70% de acertos. Isso é apenas justo.


Nas ciências sociais e no marxismo-leninismo, devemos continuar estudando diligentemente Stalin onde ele estiver certo. O que devemos estudar é tudo o que for universalmente verdadeiro e devemos assegurar que esse estudo esteja ligado à realidade chinesa. Seguir ao pé da letra cada sentença, mesmo de Marx, levaria à confusão. Nossa teoria é uma integração da verdade universal do marxismo-leninismo com a prática concreta da revolução chinesa. Em certo momento, houve pessoas no Partido que aderiram ao dogmatismo, e isso foi alvo de nossa crítica. No entanto, ainda existe dogmatismo hoje. Ele ainda está presente nos círculos acadêmicos e também nos econômicos.


Nas ciências naturais estamos bastante atrasados, e aqui devemos fazer um esforço especial para aprender com os países estrangeiros. Ainda assim, devemos aprender criticamente, não cegamente. Em tecnologia, penso que, na maioria dos casos, primeiro devemos seguir os outros, e isso é melhor para nós, já que é o que nos falta no momento e sobre o que sabemos pouco. No entanto, nos casos em que já temos conhecimento claro, não devemos seguir os outros em todos os detalhes.


Devemos rejeitar e criticar firmemente todos os sistemas decadentes, ideologias e modos de vida burgueses dos países estrangeiros. Mas isso de modo algum deve nos impedir de aprender as ciências e tecnologias avançadas dos países capitalistas e tudo o que houver de científico na gestão de suas empresas. Nos países industrializados, eles administram suas empresas com menos gente e mais eficiência e sabem como fazer negócios. Tudo isso deve ser bem aprendido, de acordo com nossos próprios princípios, para melhorar nosso trabalho. Atualmente, os que estudam inglês já não se dedicam a isso como antes, e as pesquisas não são mais traduzidas para o inglês, francês, alemão ou japonês para intercâmbio com outros países. Isso também é um tipo de preconceito cego. Nem a rejeição indiscriminada de tudo que é estrangeiro — seja científico, tecnológico ou cultural — nem a imitação cega e indiscriminada de tudo o que é estrangeiro têm algo em comum com a postura marxista, e nenhuma das duas opções favorece nossa causa.


Na minha opinião, a China tem duas fraquezas, que ao mesmo tempo são dois pontos fortes.


Primeiro: no passado, a China foi um país colonial e semicolonial, não uma potência imperialista, e sempre foi humilhada por outros. Sua indústria e agricultura não são desenvolvidas, e seu nível científico e tecnológico é baixo, e exceto pelo vasto território, recursos abundantes, grande população, longa história, O Sonho da Câmara Vermelha na literatura e assim por diante, a China é inferior a outros países em muitos aspectos, e portanto não tem motivo para se sentir orgulhosa. No entanto, há pessoas que, por terem sido escravas por tempo demais, se sentem inferiores em tudo e não ficam eretas diante de estrangeiros. São como Chia Kuei [3] na ópera O Templo de Famen, que, ao ser convidado a se sentar, recusa-se, alegando estar acostumado a ficar em pé servindo. Aqui precisamos nos animar, fortalecer nossa confiança nacional e estimular o espírito simbolizado por “desprezar o imperialismo ianque”, que surgiu durante o movimento de resistência à agressão dos EUA e ajuda à Coreia.


Segundo: nossa revolução veio tarde. Embora a Revolução de 1911, que derrubou o imperador da dinastia Ching, tenha precedido a revolução russa, na época não havia Partido Comunista e a revolução fracassou. A vitória na revolução popular só veio em 1949, cerca de trinta anos depois da Revolução de Outubro. Por isso também não estamos em posição de nos sentirmos orgulhosos. A União Soviética difere do nosso país pelo fato de que, primeiro, a Rússia czarista era uma potência imperialista e, segundo, teve a Revolução de Outubro. Como resultado, muitas pessoas na União Soviética se tornaram orgulhosas e bastante arrogantes.


Nossas duas fraquezas são também pontos fortes. Como disse em outra ocasião, somos, primeiro, "pobres" e, segundo, "em branco". Por "pobres", quero dizer que temos pouca indústria e nossa agricultura é subdesenvolvida. Por "em branco", quero dizer que somos como uma folha em branco e nosso nível cultural e científico não é alto. Do ponto de vista do desenvolvimento, isso não é ruim. Os pobres querem revolução, enquanto é difícil para os ricos desejarem revolução. Os países com alto nível científico e tecnológico estão inchados de arrogância. Somos como uma folha em branco — boa para escrever.


Ser "pobre" e "em branco", portanto, joga a nosso favor. Mesmo quando um dia nosso país se tornar forte e próspero, ainda devemos manter uma postura revolucionária, permanecer modestos e prudentes, aprender com outros países e não nos deixar inflar de arrogância. Devemos não apenas aprender com outros países durante nosso Primeiro Plano Quinquenal, mas continuar fazendo isso após a realização de dezenas de planos quinquenais. Devemos estar prontos para aprender mesmo daqui a dez mil anos. Há algo de ruim nisso?


Tratei de dez temas ao todo. Essas dez relações são todas contradições. O mundo é feito de contradições. Sem contradições, o mundo deixaria de existir. Nossa tarefa é lidar corretamente com essas contradições. Quanto a saber se elas podem ser inteiramente resolvidas a contento na prática, devemos estar preparados para ambas as possibilidades; além disso, no curso de sua resolução, certamente surgirão novas contradições, novos problemas. Mas, como dissemos muitas vezes, embora o caminho à frente seja tortuoso, o futuro é promissor. Devemos fazer todo esforço para mobilizar todos os fatores positivos — dentro e fora do Partido, dentro e fora do país, diretos e indiretos — e tornar a China um poderoso país socialista.


NOTAS


  1. O sistema de quotas fixas para a produção, compra e comercialização de grãos foi instituído na primavera de 1955. As quotas de produção fixadas naquele ano eram baseadas no rendimento de grãos por mou em anos normais, e o aumento da produção não deveria acarretar vendas extras de grãos para o estado por três anos. A quota fixa de compra refere-se à compra pelo estado de uma proporção fixa de grãos excedentes de famílias camponesas com excedente. A quota fixa de comercialização refere-se à quota de fornecimento de grãos do estado para famílias com escassez de grãos. O sistema foi adotado para aumentar o entusiasmo dos camponeses na produção. Nota do tradutor: Cattie (ou jin 斤) é uma unidade tradicional chinesa de peso, equivalente a cerca de 500 gramas.

  2. O sistema de vendas obrigatórias imposto na União Soviética de 1933 a 1957 foi a principal medida pela qual o estado comprava produtos agrícolas. Sob ele, as fazendas coletivas e as famílias camponesas individuais eram obrigadas a vender seus produtos agrícolas anualmente ao estado em quantidades e a preços fixados pelo estado.

  3. Na ópera de Pequim O Templo Famen, Chia Kuei é um lacai de confiança de Liu Chin, um eunuco da dinastia Ming.




Se inscreva em nossa newsletter

Receba em primeira mão as notícias em seu e-mail

Seu e-mail
Se inscrever
bottom of page