EUA e China intensificam disputa por esferas de influência através de Índia e Japão
- Felipe Dutra
- 22 de abr.
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Atualizado: 22 de abr.

Na corrida por garantir a expansão de seus capitais, ao mesmo tempo em que preparam o terreno para os choques diretos entre si, tanto o imperialismo ianque, quanto o social-imperialismo chinês, têm se utilizado de artifícios de pressão econômica e diplomática para consolidar e expandir suas esferas de influência.
Caso mais histórico e mesmo mais consolidado, a Índia tem firmado acordos com a administração Trump-Musk para dar livres condições para a enxurrada de capitais ianques em seu país em troca do apoio necessário para intensificar sua guerra civil interna contra revolucionários (como é o caso da Operação Kagaar). Sabendo do pilar estratégico que é fincar-se em um país como a Índia, não só o mais populoso do mundo, mas que geograficamente está no centro da tormenta mundial, além de estar precisamente ao lado da China e do Paquistão - onde está localizado o Porto de Gwadar, chave para a Rota da Seda -, os EUA não tem perdido tempo em assegurar seus negócios com o fascista Modi. Não à toa, logo no início da cruzada das taxações, ambos já estavam apertando a mão um do outro. O próprio JD Vance, vice-presidente dos EUA, vislumbra essa importância, admitindo essa manhã que “o futuro do século XXI [isto é, o futuro do imperialismo ianque neste período histórico] será determinado pela parceria entre EUA e Índia”.
A busca ativa por negociar primeiro com países como Coreia do Sul e Vietnã, entre as dezenas de países que procuraram o imperialismo ianque para negociar o grau de submissão de suas nações, é outra expressão recente de onde estas duas esferas de influência imperialista tem se chocado hoje em dia dentro da região de disputa mais intensa - não única, pois o Brasil na América do Sul e alguns países da África são também extremamente chaves nesse processo.

Caso mais complexo é o Japão, que viveu disputas históricas com a China, como quando invadiu o noroeste deste último na década de 30, ou então na disputa regional por estabelecer-se um satélite do outro quando a China tomou a via da restauração capitalista. Aliado firme dos EUA neste último período, agora tem sido procurado ativamente pela China para tornar-se seu aliado em perspectiva. Diante das últimas taxações de Trump, o governo japonês, em recentes negociações, admitiu considerar o aumento da importação de determinados produtos estadunidenses, como o arroz e a soja, em troca do afrouxamento das taxas impostas.
Entretanto, nessa mesma manhã em que o vice-presidente estadunidense Vance demonstrou a importância da Índia para o prolongamento de seu enfermo imperialismo, o primeiro-ministro chinês Li Qiang enviou carta para todo o governo japonês buscando uma ação conjunta de “combate ao protecionismo” ianque, buscando a aproximação política e econômica desses dois países historicamente “rivais”. Os próximos contornos particulares dessa nova situação não sabemos, mas é certo que o Japão entrará, como há muito tempo não entra, no olho do furacão, cada dia mais violento.